Um modo de ver as coisas

Parece que foi ontem que escrevi umas linhas sobre a anterior eleição para o parlamento europeu, e cá estamos, numa escolha que ninguém parece querer participar a não ser, claro, os participantes. Depois de espreitar o Portugal – Finlândia em futebol, fiquei com a ideia de que não estão tão longe um dos outros: gente atirada para a lida, com a firme ideia que está numa competição mais ou menos a feijões (as eleições europeias são-no ainda mais que o Portugal – Finlândia), que atrasa e adianta muito pouco às nossas vidas, por que a burocracia é grande e mandamos muito pouco. Já sei que este é o preciso momento em que os meus quatro amigos que estimam muito a intervenção política e a seriedade e não são tontos profissionais como eu, vão pensar, com toda a razão, que estou a dar um mau exemplo às massas. Mas sinceramente da União Europeia, lembro-me assim de repente, da moeda única, subsídios, a PAC e a burocracia definida com exactidão, como quando os ingleses tiveram que abandonar o cultivo de pepinos redondos por que não estavam normalizados segundo certos padrões.

Não tenho perfeitamente presente o episódio (rocambolesco), mas não ando suficientemente longe da verdade, facto que os britânicos usaram para ridicularizar os normativos comunitários, e que deve ter dado um pequeno empurrão ao “brexit”. Como não há mal que sempre dure e nem bem que nunca se acabe, nem tudo foi mau, nos episódios Portugal – Europa; por exemplo houve certas pessoas que não andaram por cá enquanto durou o seu tempo de deputado europeu, como é o caso do actual ministro da defesa Nuno Melo, que apesar de ter estado, durante o seu consulado europeu entre os deputados que mais faltaram às sessões do parlamento, tem como aspecto positivo, que quanto mais esteve lá fora, menos esteve cá dentro. Este é um pequeno pormenor que eu gostava que entrasse (como se diz agora) na equação, bastava que os tugas votassem com o seguinte objectivo: o de votar nos piores entre os candidatos, sempre era uma forma de os colocar lá fora, mesmo sabendo que o voo Estrasburgo – Lisboa é hoje um tirinho. Além de que temos sempre que os aturar, naquelas intervenções dos nossos jornalistas colocados junto da sede do parlamento, mas nada é perfeito. Outro exemplo de ver estas coisas num outro nível: entre a vida partidária esta seria uma forma de colocar, lá fora, um adversário intrapartidário um pouco afastado mas perigoso, estilo exílio dourado, para não causar mossa. Não me parece que seja este o caso, está tudo muito embrulhado dentro do espectro político, por isso não há gente a perfilar-se para uma possível sucessão, há muito pó no ar, e tem que se esperar que assente, para depois se contarem espingardas. Vamos esperar, prognósticos só depois de nove de Junho.

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