Juntem os trapinhos e construam o BEM, por todos nós…

É um facto, que o mundo está cada vez mais perigoso, só que já ninguém se importa, porque no intervalo de cada explosão, cada morte, cada bebedeira de ódio, lá vem uma feira do livro, um encontro de poesia e a constante sobrevivência dos lambe-botas ou lambe-cus, diga-se da mesma família dos graxas, mas estes pertenças de uma geração anterior. Aliás, os engraxadores estão a cair em desuso e já não são tão identificados como antigamente, pois correndo lado a lado com a evolução, eles próprios, nos dias que correm, já utilizam outros meios, onde já nem aparece o cheiro da graxa.

Mas aqui a sociedade também já não se importa, pois quando cair «um graxa», logo outro e outros, muitos, se alevanta e este vaivém já não incomoda ninguém.

Antigamente sim, quando eram conhecidos como bufos, aqui a coisa finava mais fino, porque um bufo, era de uma patente superior, por exemplo, ao alcoviteiro ou ao denunciador. O bufo apregoava no silêncio, uma espécie de silêncio de morte, de tortura, mas não se pense, que apesar da misteriosa evolução destas patentes, oficializadas ou não, quando pensávamos que estavam a cair em desuso, eis que num instante se estabelecem, agora através das redes sociais, sempre é mais fino e lá vão, SOBREVIVENDO, em troca de um «ouvi dizer», de um «fala-fala».

Talvez por isso, entre as eleições Legislativas e as Europeias nada tenha mudado em Portugal, a não ser a novidade do voto por mobilidade, que foi uma coisa que ninguém conseguiu saber explicar. E a razão maior é que se verificaram salvo melhor opinião, uma enorme teia de contrastes, na continuada evolução dos lugares cativos da política, diga-se por todo o País, de rapaziada que nem ganha eleições na sua terra. E por estes longos carris de oportunismo, ou de gente com cunhas/bufos, outras são as carruagens, nem sempre invisíveis, por onde viaja gente que não passa de coisa nenhuma…

Aproximam-se tempos de tremendas dificuldades, complicadíssimos, enquanto morre gente em todo o mundo, desde o coração da Europa, aos lugares onde Jesus nasceu, porque acima dos valores do humanismo e da responsabilidade, se movem interesses partidários, financeiros, mas aqui estranhamente, nem as Bolsas do Mundo estremecem, porque são elas que também alimentam as guerras.

Mas voltemos à santa terrinha, isto é, após as Eleições Europeias, quando se esperava uma reação patriótica dos dois principais partidos, sinalizada pelas convergências, soltaram-se outras vez as amarras e os jogos de interesses avivam-se, reacendem-se, como se nada estivesse a acontecer. E até se volta a aumentar os combustíveis, na véspera de Portugal entrar em Campo no Campeonato da Europa, afinal na mesma Europa. E o Europeu, oxalá Portugal vença, serve também para disfarçar as sementes explosivas de um País dividido pelo MAL e pelo BEM, porque também não sabemos onde está o BEM e onde está o MAL, só que isto, apesar da falsa calma, também pode acabar à pedrada, mas não será agora…

O Assunto começa a preocupar todos as forças políticas, que muitas vezes quando falam em defender o BEM, nem se interrogam qual o BEM que defendem, se o seu BEM, ou o BEM de todos. E é aqui que começa o MAL da politica, pois o BEM de uns, é o MAL de outros.

Mas este MAL e este BEM, andam cada vez mais escramalhado pela politica Portuguesa e senão vejamos. Uma coisa é o que quer o Pedro Nuno Santos, que agora não governa, outra coisa é o que quer o Luís Montenegro, que é quem governa. Será que o BEM de Pedro Nuno Santos é o MAL que Luís Montenegro defende? Ou vice-versa? Afinal, no que é que ficamos? não eles! mas nós, o desgraçado do Português, que pensava que seriam os votos que ditavam o futuro do País, quando a democracia, já não percebe porque é que o VOTO JÁ NÃO É A ARMA DO POVO…

Ninguém sabe o rumo que isto vai levar, quando a única coisa que conseguimos alimentar é o nosso ego. Ego decisório para o país, com as chamadas estratégias políticas. E quais são as estratégias? E quais são as estratégias do bem e do mal? E é nisso que se esvaziam as decisões dos políticos, agora S. Bento vai entrar de fárias, diga-se sob o cutelo, de vivermos ou morrermos, numa sociedade, que teimosamente, doentiamente, até tem grávidas que conseguem parir o bem e outras o mal. No que é que ficamos? ou seja, o que é o bem e o que é o mal. Será, que não seriamos mais inteligente se para a construção do próprio País, fizéssemos como se dizia antigamente, isto é, juntássemos OS TRAPINHOS NUM VENTRE QUALQUER, para podermos PARIR O BEM.

Que interesses, que ódios quando não somos capazes de separar o ego, a barriga de aluguer que sempre fomos, em nome da teimosia, da arrogância e dos interesses partidários, não ideológicos.

Antes de decidirmos nunca pensamos nas necessidades das populações, mas sim na teimosia das nossas decisões, como se fôssemos os únicos capazes de pensarmos sério. Mas a política e os partidos também inventam e fazem por vezes descobertas que não passam de mentes malignas. Elas habitam em todos os partidos e fazem bem em ter debaixo das suas telhas essa diferenciação entre o bem e o mal.

Carros carregados de atuns, puxados por cavalos, também passavam à minha porta (roubei esta foto ao Zeca Romão)

O Pan e o Burro do tio Jacinto
A respeito PAN, que ao longo da sua história, nada tem feito pela liberdade e pela democracia, mas que apresenta um IRS fabuloso, sinto cada vez uma tremenda desilusão, por esta gente do PAN, nunca ter conhecido o BURRO DO TIO JACINTO, que sendo verdade que nunca passava fome, trabalhava que nem um burro, mas naquele tempo não existia o IRS, antes o SR, que aparecia no cabeçalho da correspondência oficial para se saber que era Serviço da República. Pois o Burro do Tio Jacinto, não carregava água, nem leite, se assim fosse, quem sabe se poderia descansar um bocadinho e matar a sede. Antes carregava areia e tanta areia que por vezes se sentia, não um burro, mas um cansado camelo no deserto.

Que saudades que eu tenho, porque era belo, quando o Burro do Tia Jacinto, passava, sem um aí, e no seu passinho curto pela Rua da Espanha e às vezes o Tio Jacinto, vendo-me sentado no poial da porta do n.º 7, dizia ao burro para cessar funções, chamava-me e apesar dos seus frágeis braços o Tio Jacinto, lá me erguia para eu tocar no seu burro. Era uma coisa fascinante tocar no burro do Tio Jacinto, embora, naquele tempo, Vila Real de Santo António, fosse uma terra, onde todo o transporte era feito por carroças pujadas por cavalos. Belos cavalos, com os seus carros carregados de atum, transportando para as diferentes fábricas, pois mesmo aqueles que tinham cais, como Tenório, Paródio, Zé Rita ou Folque, às vezes os seus compradores davam o grito de compra e o atum era descarregado na muralha e dali era transportando para as fábricas.

Mas à minha porta também passava carros carregados de atuns rumando à Fábrica Aliança…

E a respeito de cavalos e burros, e por culpa do PAN, li no outro dia qualquer coisa onde o partido defendia que os cavalos têm direito a não ficar todo o tempo de pé e a descansar umas horas e depois retomar o trabalho. Eu também acho que sim…

Uma das formas de avaliar esta situação ainda que cercada de ironia, também nos permite dizer, que logo no dia em que esse comunicado foi tornado público, os empresários dos carrosséis e os seus poucos trabalhadores, fizeram uma manifestação até S. Bento, até porque a AR da República está quase a entrar de férias, chamando a atenção da idiotice das teses do PAN, já que eles, não sabiam como poderiam obrigado os cavalos dos carrosséis a descansar. Até havia um cartaz que dizia: «Qualquer dia ainda comem a carne dos cavalos dos carrosséis.»

Com toda esta avalanche de ideias, não me admira, se um dia destes o próprio cavalo de D. José, que vive há anos no Terreiro do Paço, possa perder a paciência e as estribeiras e entrar a trote pelo Palácio de S. Bento…

Deixe um comentário

Exclusivos

Pescadores envelhecem e jovens não querem continuar a arte do mar

A ligação do país e da região ao mar é, indiscutivelmente, uma das marcas...

Olhão mais rico em cultura com a República 14

República 14 é uma associação cultural que reside na cidade de Olhão, desde outubro...

Prometido plano de saúde para o verão está no “segredo dos deuses”

O número de habitantes no Algarve quadruplica durante o verão, o que, à primeira...

Investigadores algarvios fazem história na Antártida

Pedro Guerreiro, João Brazão e Rita Costa foram os escolhidos para representar o Centro...

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.