Construção de habitação de rendas acessíveis e centro de acolhimento geram polémica

Alguns moradores da zona ribeirinha (sul) de Vila Real de Santo António, contestam a construção de habitação, no terreno onde habitualmente os trabalhadores e munícipes estacionam os seus veículos gratuitamente. Por outro lado, um outro movimento contesta a criação de um "centro de acolhimento temporário" previsto junto à CP

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A reunião - a pedido de um grupo de mais de 150 moradores que contesta a construção da habitação social na zona Cine Foz - realizou-se na sexta-feira passada, no Salão Nobre da Câmara Municipal. Na sessão compareceram mais de 30 pessoas, em que apontaram as suas preocupações sobre o facto de também perderem um estacionamento gratuito.

Em resposta a estas preocupações, Álvaro Araújo, presidente da edilidade, esclareceu que “As pessoas vieram aqui porque pensavam que o terreno era da Câmara Municipal, mas o terreno é de privados. Há dois anos, o município abriu um edital para a aquisição de casas a construir “e houve uma empresa que concorreu para nos vender 114 fogos aqui na zona do Cine Foz. Nós aceitamos a candidatura, porque estava de acordo com aquilo que eram os pressupostos do edital e apresentámos a candidatura ao IRU, porque a autarquia só tem condições de adquirir as casas com o apoio a 100% do PRR. Estamos a aguardar que venha o apoio”.

Álvaro Araújo, presidente da Câmara Municipal de VRSA

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Estas habitações estão destinadas a pessoas identificadas na Estratégia Local Habitação, que são mais de 1000 agregados familiares, garante o autarca e sobretudo para “casais jovens, muitos deles com filhos que neste momento estarão em casas com os pais, em sobrelotação, a viver em más condições”.

Em 2022 foi assinado um acordo de colaboração que previa o investimento de cerca de 101 milhões de euros em habitação, que integrava o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e estava previsto na Estratégia Local de Habitação, tal como foi noticiado pelo Jornal do Algarve.

Dois anos se passaram e agora iniciaram as obras deste projeto e a construtora já cercou o terreno. No entanto este é um tema controverso e discutível na cidade vilarrealense. Por um lado, é uma solução para as famílias que necessitam de casa a rendas acessíveis e por outro, o estacionamento para centenas de carros deixa de estar disponível naquele terreno. À priori, os habitantes acreditavam que este se poderia transformar num bairro social.

Mais casas, menos estacionamento?Para além das casas, o estacionamento “foi sempre um problema nesta cidade”, revelam os moradores, pois no centro histórico e entre outros locais, o mesmo é maioritariamente tarifado. Todavia Álvaro Araújo realça que esta controvérsia é da “responsabilidade dos executivos anteriores, do PSD. Esses, sim, foram responsáveis pela criação do estacionamento tarifado”.

Apesar de defenderem a habitação para todos, os moradores contestam a localização do projeto, pois encontra-se “numa zona nobre, onde existe uma malha urbana qualificada, com urbanizações desenvolvidas por construtores conceituados ao longo de décadas. Acreditamos que esta decisão pode ter um impacto urbanístico nefasto, comprometendo a estética, a qualidade de vida e o valor patrimonial da área. Além disso, pagamos taxas de IMI equivalentes às da Quinta do Lago, e questionamos a equidade desta estratégia urbanística”.

Sentem que ainda ...

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