A Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar (APHP) alertou a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, para a importância de criar mais centros de rastreio que permitam a identificação de diagnósticos precoces. A APHP apela ao novo executivo para que a doença seja considerada crónica.
Identificar a doença numa fase inicial pode atenuar os sintomas e retardar a sua progressão, daí a necessidade de criar mais centros de rastreio. Além disso, a Associação apela ao novo executivo para que esta doença, “rara e incurável”, seja considerada crónica, de modo a “garantir a qualidade de vida de cada português identificado”.
O alerta surge no seguimento do Dia Mundial da Hipertensão Pulmonar, que se assinala a 5 de maio, e que coincide com o 20º aniversário da APHP. Para celebrar as duas décadas de existência, a associação vai juntar mais de uma centena de doentes numa “Caminhada Néon”, com o mote “raros, mas não invisíveis”, às 21h, de dia 4 de maio, no Largo do Rossio, em Viseu. No dia 5, as atividades vão continuar no Parque Urbano de Santiago.
Segundo os últimos dados da Administração Central do Sistema de Saúde, existem cerca de 550 portugueses que sofrem de hipertensão pulmonar, no entanto, “estima-se que o número seja bastante superior”, uma vez que é uma doença difícil de diagnosticar. “Nos diferentes relatos que chegam à APHP, parte dos mais de 150 membros que compõe a associação, o diagnóstico pode demorar dois ou três anos”, frisa o comunicado.
“É urgente darmos voz a estes doentes, é urgente olhar para a Hipertensão Pulmonar como uma doença crónica, apelar à comunidade médica para o diagnóstico precoce e à comunidade científica para a investigação em prol da melhoria da qualidade do dia a dia dos doentes que veem as suas vidas limitadas, desconstruídas e, infelizmente, a prazo. Estima-se que, atualmente e sem os tratamentos adequados numa fase inicial da doença, a esperança média de vida ronde os dois ou três anos”, salienta Patrícia Miranda, portadora da doença e vice-presidente da APHP.
A associação disponibiliza-se para auxiliar na criação de linhas orientadoras que possam colocar a Hipertensão Pulmonar na agenda, na divulgação da doença e, ainda, na implementação de centros de rastreios nacionais.