JORNAL do ALGARVE (JA) - Em 2013, quando assumiu o primeiro mandato, disse ao seu eleitorado que não tinha dinheiro para investir em infraestruturas. Recentemente, no relatório de contas, foi comunicado uma redução da dívida e até um excedente. Quais foram as principais medidas que contribuíram para esta redução?Isilda Gomes (IG) - Quando cheguei à Câmara encontrei-a completamente falida, com uma dívida astronómica. Não podíamos fazer qualquer tipo de despesa, ninguém acreditava em nós porque éramos devedores em toda a parte. Houve um trabalho enorme no sentido de fazer uma candidatura ao Fundo de Apoio Municipal (FAM), com o objetivo de termos dinheiro a juros baixos que não chegam a 1%, para podermos pagar aos nossos credores. Foi um trajeto muito difícil, com muita contenção e segurança naquilo que diz respeito às contas e muita transparência. Já temos superávit há pelo menos quatro ou cinco anos, se não for já há seis, e isso deve-se a, primeiro, contas certas. Só investir quando tínhamos dinheiro para investir, não dávamos “o passo maior que a perna”. Também tivemos muito dinheiro do Imposto Municipal das Transações (IMT), que revela a dinâmica económica de um município ou de uma região. Sendo uma cidade atrativa, houve muitos investimentos, muitas trocas em termos de negociação de uma empresa para outra e isso veio dar-nos um superávit que neste ano ultrapassou os 30 milhões de euros. Por força da amortização, que fomos fazendo ao longo destes anos no FAM, não só aquela que era obrigatória, mas também a amortização extraordinária, permitiu que neste momento já estejamos a preparar o processo para sair do FAM, isto é, já saímos do processo de endividamento excessivo, o que nos permite tomar as rédeas daquilo que acontece no município e já não estamos sujeitos ao FAM para a alteração dos impostos ou das taxas. Foi um processo longo, muito difícil, no qual muita gente não acreditava e hoje muita gente me questiona como é que foi possível. Aliás, há pessoas que d...