Investigadores algarvios fazem história na Antártida

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Nove cientistas portugueses lançaram-se, no passado mês de fevereiro, numa "cruzada" por um dos locais mais inóspitos e misteriosos do mundo: a Antártida. Na aventura, participaram três investigadores do CCMAR. Pedro Guerreiro, natural de Faro, na Antártida pela 7.ª vez, fez-se ao mar e partiu na primeira expedição portuguesa de veleiro pela Península Antártica. O JA acompanhou (à distância), em exclusivo, a experiência dos biólogos da UAlg

Pedro Guerreiro, João Brazão e Rita Costa foram os escolhidos para representar o Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve (UAlg) na primeira missão científica em que a logística e o percurso dependeram apenas dos cientistas portugueses, que até ali viajaram para a Antártida “à boleia” de outros países.

O amuleto que Pedro Guerreiro costuma levar consigo para a Antártida

Na mala levaram doces, chocolates, ginjinha e um Galo de Barcelos, no caso de Pedro – o "Barcelito" – elemento que costuma causar alguma estranheza aos pinguins.

Quando chegaram à Antártida, nos primeiros dias do mês de fevereiro, já lá estava Pedro Guerreiro, que chegou em janeiro para iniciar o projeto ‘Antarctic-D-Light’ antes de embarcar no veleiro ‘El Doblón’ e iniciar a expedição da qual foi cocoordenador – a ‘COASTANTAR 2024’. Mas já lá vamos.

Pedro Guerreiro INT algarvio, foi co-coordenador científico da expedição

A base científica chilena Professor Escudeiro, na ilha do Rei Jorge, foi a “casa” de Rita e João durante um mês, apesar de lá existirem bases de países como a Rússia, China, Uruguai, Brasil, Argentina, Polónia, entre outros.

Rita Costa

“Quando cheguei, nos primeiros dias, estava completamente assoberbada com tudo, mas mais com a parte do trabalho científico. Tudo o resto foi em modo de sobrevivência, desde horários para as refeições, cumprir tarefas, aprender, absorver informação e registar rotinas. Foi esse o foco. Aprender, aprender, aprender”, descreveu ao JA Rita Costa, bióloga marinha de 43 anos.

João Brazão, biólogo bioinformático de 36 anos, natural de Albufeira, recuou mais no tempo e recorda o momento em que chegou a Punta Arenas (Chile), onde chegou sozinho no dia 8 de fevereiro. “Há logo ali um impacto. É uma cidade diferente, com um estilo arquitetónico diferente, mas também muito turístico (…) Há cordas na rua para nos agarrarmos por causa do vento. As pessoas são iguais e não são iguais. Há toda ali uma mistura de coisas a acontecer”. É de Punta Arenas que os cientistas seguem (de barco ou avião) para as ilhas da Antártida.

Estado de alerta num cenário quase lunático

Quando chegou à Antártida, o albufeirense relembra que o primeiro impacto é o visual. “Ainda no avião, no aeroporto, a paisagem parece uma fusão de lua e outra coisa. Havia pouca neve, não havia muito gelo, muitas pedras, tudo muito escuro (…)

João Frazão

Depois quando cheguei à base senti uma acalmia, mas depois apareceu o Pedro e a Rita e tumba… Começou tudo a acontecer e passou-se um mês de repente”, sintetiza.

Na base logística, Rita e João, membros da equipa de Pedro, conviveram com cerca de meia centena de investigadores de outras nacionalidades, com quem tiveram de partilhar espaço e recursos limitados. A função de ambos passou, como explicaram ao JA, por assegurar a continuidade do trabalho que Pedro Guerreiro e outros investigadores montaram no início de janeiro, trabalho esse que consistiu na recolha de amostras (peixes ...

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