Se houve algo que me prendeu a atenção ao longo destes debates, pré-debates e pós-debates ao longo de horas e horas que graças ao aumento dos shares com consequente diminuição do trabalho e enorme prejuízo para as nossas empresas fez cair o PIB (creio que é assim que se diz!)… foi sem qualquer dúvida o espantoso caso da Avó da Mariana Mortágua!
Em primeiro lugar interrogo-me se por qualquer outra razão (e não faltariam pretextos) se tratasse das Avós de, por exemplo, dos leaders da AD ou do PS (com todo o respeito pelas respectivas Senhoras) os media teriam o mesmo interesse em lançar mão de mais este expediente para aumentar os shares já que pouco mais havia a repetir… e repetir… e repetir… e repetir até à exaustão!
Não vou sequer tentar pôr os pontos nos is sobre tão grave assunto de política nacional e consequências nas nossas vidas futuras. Apenas que apesar de todos esclarecimentos mais que plausíveis para mentalidades livres a gravidade da situação chegou ao ponto de um canal televisivo filmar a rua em que a idosa senhora vivia… e calculo o que se seguiria se conseguissem ir mais longe!!!
Muito me custa… mas é esta a gentinha que predomina na nossa comunicação social “engagé”!
Faltava-lhes um pretexto, claro!
Para o candidato do PS já tinham as armas carregadas e o PC não os preocupava muito “por convicção” na sequência de resultados anteriores. Porém o Bloco podia ter mais votos que a IL apesar dos apoios financeiros… o que não convinha nada à direita e à SIC em particular por razões hoje bem conhecidas.
Quanto à CNN/TVI/CM tv e o chefe de orquestra, Correio da Manhã, e amigos do Observador, só terá dúvidas quanto à sua independência informativa quem ou só vê por um olho ou é ceguinho.
Aliás, a nossa conterrânea Carmo Afonso já clarificou sem margem para quaisquer dúvidas o assunto há uns dias, no Público, e quem não o leu ainda, talvez, possa ir a tempo e olhem que vale bem a pena, aliás como outros. Apenas deixo um obrigado a Carmo Afonso pala lucidez das suas crónicas.
Da história destes debates, pré-debates e pós-debates (à semelhança dos grandes confrontos futebolísticos) sugiro que fiquem para a posteridade como corolário da “cobertura informática”!
Enfim, fica para a história da nossa democracia este exemplo de como se deve esclarecer o eleitorado.
Independentemente da posição que se defenda, não faz qualquer sentido que se pretenda apagar com uma simples passagem de pano ou, menos ainda, justificar o injustificável.
Coube a um meritório jornalista, pela investigação que levou a cabo, desmascarar a lenda oportunista da “avozinha” de Mariana Mortágua, que, afinal, como se veio a saber, não teve motivo para experimentar qualquer “angústia”.
Com efeito, a referida senhora, na qualidade de inquilina, estava (está) protegida pela Lei, devido à sua idade, que a impede de ser despejada, apesar de viver na Avenida de Roma, uma das zonas mais caras e “in” de Lisboa, onde paga pela casa onde habita – a qual não é propriedade de qualquer “odiado” senhorio, mas de uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) – a “fabulosa” quantia de 400 euros mensais, sendo que o que ocorreu mais não foi do que um aproveitamento ilícito e feio da neta para apelar, cavilosamente, ao sentimento das pessoas, simultaneamente, desrespeitando-as e enganando-as, uma vez que, na qualidade de deputada, tinha perfeita e total consciência de que o que argumentou não correspondia à verdade, de todo.
Já agora que vem a talho de foice, como costuma dizer-se, trago à colação mais um “exemplar” episódio ocorrido em 2018, então amplamente noticiado pelos meios de comunicação social e protagonizado por um elemento da extrema-esquerda trotskista, o Bloco de Esquerda (BE), também conhecida por “Esquerda-Caviar”, elemento que mantinha, à altura, funções de responsabilidade dentro do Partido, o qual, tal como todos os Partidos da nossa praça, é pródigo em brindar-nos com exemplos “edificantes” …
Porém, com uma diferença fundamental, que faz toda a diferença e tem a ver com a costumeira arrogância de superioridade moral, face aos seus congéneres …
Quem não se recorda do “CasoRobles”, em que o representante do BE à Assembleia Municipal de Lisboa, RICARDO ROBLES, aproveitando-se de “informação privilegiada” obtida na sua prestação, como representante público naquela Assembleia, comprou por 347 mil euros um prédio em Alfama para, após algumas obras de restauro, o colocar em venda pela módica quantia de 5,7 milhões de euros, infringindo todas as regras, quer do mais baixo oportunismo, como incorrendo, inclusivé, na infracção da própria lei, que, como se sabe, pune o benefício próprio da referida “informação privilegiada”, conseguida no âmbito do exercício de um cargo público ?
Neste exemplo de “lisura” fica bem plasmado o nível da tão badalada “superiodade moral” desta gente …
“Link” :
Robles vende por 5,7 milhões um prédio que lhe custou 347 mil euros – Política – Correio da Manhã (cmjornal.pt)