A falta de juízo… do álcool à estupidez, a mais

Se é bem verdade que a informação e a cultura se constituem, hoje em dia, como os grandes fatores de desenvolvimento no que à prática desportiva diz diretamente respeito, vezes quantas, somos surpreendidos por comportamentos e atitudes que, por esta ou aquela razão, denotam uma reprovável falta de juízo por parte dos seus agentes principais: os atletas.

Um ano sem conduzir…
Sendo que vai ter de se deslocar de boleia, a pé ou de transportes públicos, como resultante de ter sido apanhado pela polícia a conduzir com uma taxa de álcool acima do permitido por lei, pena atribuída pelo tribunal, para além de uma multa de 29 mil libras (32.500 euros), ao futebolista inglês Joelinton de Lira, de 26 anos, a atuar no Newcastle United.

Circunstância que terá deixado um pouco em sobressalto a sua entidade patronal, pois que se trata da contratação mais cara da história do clube – 40 milhões, até 2025 -, e que em nada abona o contexto sócio-desportivo, não obstante o jogador ter mostrado remorsos e de ter colaborado com as autoridades. Ainda assim, não se livrou de ter ouvido do juiz, na ocasião da sentença: “Colocou-se em perigo, o que poderia ter tido como consequências desastrosas para a vida dos outros”, que ainda acrescentou, apelando, em termos futuros, ao juízo: “Espero que tenha aprendido a lição com este erro e que não mais o veja no tribunal”.

Acrescentar que a pena de um ano sem conduzir poderá ser reduzida para nove meses caso se sujeite a um curso de reabilitação. Medida que, à boa maneira do sistema judicial inglês, se revela como tanto de profilática como de pedagógica.

Talvez que Joelinton se revele agora melhor ‘aluno’…, ainda que levando em linha de conta que há cerca de dois anos furou o confinamento obrigatório – que não para ele…- para ir ao …barbeiro. Será que se aplicará a ele: ‘Quem faz um cesto…’?

Estupidez, a mais…
…Foi o que revelou Ivan Nemer, de 24 anos, jogador de rugby, nascido na Guiné-Conatri e a representar a equipa do Benetton Rugby, quando na troca de presentes, pelo Natal, e que caracteriza o ‘Amigo Secreto’ – relacionado com algo de amigável e de brincadeira, onde se oferecem prendas de forma anónima aos colegas -, endereçou ao seu colega de equipa e compatriota, de raça negra, Cherif Traorè, …uma banana podre, muito embora, haja a desculpa, de que não imaginaria que a prenda pudesse ‘obsequiar’ o seu compatriota.

Situação que, face às gigantescas proporções que tomou, conotando-a como um ato racista, originou que a Federação Italiana de Râguebi, o ‘contemplasse’… com a suspensão por seis meses, não podendo jogar no Torneio das Seis Nações, a começar já no próximo sábado.

Nemer, nascido na Argentina, já afirmou que não irá recorrer da sentença, sujeitando-se a frequentar ações de formação.

Qual cabal reconhecimento do erro cometido, quase em jeito de ato de contrição, saúde-se a declaração do jovem jogador: “O racismo não teve e nunca terá papel na minha vida, assim como não deveria ter na vida de nenhum de nós.

Lamento profundamente o que aconteceu, pela estupidez [!] do meu gesto, pelo descontentamento causado a um amigo, à minha equipa, aos meus companheiros, ao país que represento e ao jogo que adoro”.

Que, de ora em diante, assim possa suceder, Ivan Nemer.
No Desporto como na Vida!


*”Embaixador para a Ética no Desporto”

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