A Formação da Lua: Teorias e descobertas

A teoria mais aceite atualmente para a formação da Lua é a da colisão gigante

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A Lua, nosso satélite natural, tem fascinado a humanidade desde os tempos mais antigos. O seu brilho prateado e suas fases misteriosas já inspiraram lendas, mitos e histórias ao longo dos séculos. Mas como é que a Lua se formou? Essa é uma questão que tem intrigado cientistas e investigadores há muito tempo, e a resposta não é simples.

A teoria mais aceite atualmente para a formação da Lua é a da colisão gigante. De acordo com essa teoria, a Lua teria sido formada há cerca de 4,5 mil milhões de anos, quando um objeto do tamanho de Marte colidiu com a Terra num ângulo oblíquo e com grande velocidade. A colisão teria sido extremamente violenta, vaporizando parte da Terra e do objeto colisor. Os destroços resultantes da colisão teriam se unido para formar um anel de detritos ao redor da Terra, que eventualmente se condensaram e se uniram para formar a Lua.

Essa teoria explica muitas das características da Lua, como a sua composição química semelhante à da Terra, o fato da sua rotação ser sincronizada com a da Terra (ou seja, a mesma face da Lua está sempre voltada para a Terra) e a ausência de uma atmosfera densa na Lua. No entanto, ainda existem alguns mistérios a serem resolvidos, como a explicação para a órbita da Lua, que é um pouco inclinada em relação ao plano orbital da Terra.

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Nos últimos anos, novas descobertas têm contribuído para nossa compreensão da formação da Lua. Por exemplo, em 2018, cientistas anunciaram a descoberta de evidências de que a Terra e a Lua compartilham uma história volátil. Analisando amostras de rochas lunares trazidas pelas missões Apollo, os cientistas encontraram vestígios de hélio-3, um isótopo do hélio que é raro na Terra, mas abundante na superfície da Lua. A presença desse elemento sugere que a Lua pode ter sido formada a partir de materiais da crosta terrestre que foram expelidos no espaço durante a colisão gigante.

Outra descoberta recente que pode ajudar a explicar a formação da Lua é a detecção de água em forma de gelo em algumas regiões sombreadas da superfície lunar. A presença de água é importante porque pode indicar a presença de materiais voláteis que foram trazidos para a Lua durante a sua formação.

A formação da Lua ainda é um assunto de intenso estudo e pesquisa, e novas teorias podem surgir à medida que novas evidências são descobertas. No entanto, a teoria da colisão gigante ainda é a mais aceite e continua sendo um importante marco na história do nosso sistema solar. A Lua desempenha um papel fundamental na estabilidade da Terra e continua sendo um objeto de fascínio e admiração para a humanidade.

António Piedade

através da Associação Portuguesa de Imprensa

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1 COMENTÁRIO

  1. A nossa simpática Lua é, desde sempre, parte integrante da sua companheira Terra, desde logo, pela acção da sua força de gravidade sobre as massas de águas terrestres, tendo como origem as marés, pequenas, médias e grandes, sendo que as maiores ocorrem, quando ela, Lua, está em alinhamento com o Sol, ou seja, ambos do mesmo lado, em relação à Terra.
    Foi ela a única fonte de luz, através dos milénios, antes do aparecimento da luz artificial.

    Porém, tem, principalmente, merecido a nossa atenção, desde os alvores mais pristinos da Humanidade, como referência para a divisão do tempo, cujos primeiros calendários faziam coincidir o “mês” com o seu ciclo completo.
    O próprio termo “mês” significa, remotamente, do Proto-Indo-Europeu, “lua”, donde, através do grego “mḗn”, lua, e do latim “mensis” recebemos o nosso “mês” (em cujo termo mora, bem disfarçada, a ideia de lua).
    Também “menstruação” e “menorréia” (o chamado “período”, em vernáculo) tem a mesma origem, visto que, como sabemos, o ciclo ovular da mulher segue e coincide com o lunar.
    Igualmente, “metro” e seus correlatos, como “medir”, “mensurável” e outros da mesma família vêm da mesma fonte, visto que, originalmente, era a lua que “media” o tempo, a qual foi, desde sempre e durante milénios, a única “ferramenta” original para ordenar e definir o passar dos dias.

    Contudo, também o próprio termo “lua” tem a sua história, que procurarei abreviar.
    Tem a origem remota no Indoeuropeu “lewk -“, branco, brilhante, o qual nos deu inúmeros derivados, como “luz”, “Luciano”, “luzir”, “lúcido”, “elucidar”, “lume”, “lunar”, “iluminar”, “alucinar”, “ilustre”, “Lucas”, “luzerna”, “lumen”, “Lúcifer”, leucócito”, célula branca (gr. “leukos”, branco + gr. “kútos”, recipiente, que, mais tarde, em linguagem médica, evoluiu para o sentido de “célula”.
    Todos conhecemos a palavra “lustro” (do lat. lustrum, período de 5 anos).
    Era uma cerimónia de purificação religiosa, entre os Romanos – povo muito dado a rituais –, que tinha lugar de 5 em 5 anos, seja do gado ou dos exércitos.
    O termo “lustrum” é mais um que recebemos do Indoeuropeu “lewk -“, através do lat. “luere”, lavar, sendo que aquilo que é lavado brilha e é claro, tem luz.
    Ainda hoje mantemos a recordação deste termo na expressão “dar ou puxar lustro”.
    “Dilúvio” e “diluir” são mais dois dos seus derivados.

    O nosso satélite terá tido origem, como resultado do brutal impacto, que ocorreu, há cerca de 4.500 milhões de anos, entre o planeta Theia (mais ou menos do tamanho de Marte) e o planeta Terra, o qual havia sido formado poucas dezenas de milhões de anos atrás, do mesmo modo que os restantes planetas do Sistema Solar, que como o nosso planeta, foram criados, a partir dos restos de poeiras e gases sobrantes da formação do Sol.

    Do impacto apocalíptico entre os dois planetas, num ângulo ligeiramente oblíquo – se a colisão tivesse sido frontal, não existiria planeta Terra, como hoje o conhecemos –, a cerca de 38 mil quilómetros / hora, teve origem o actual núcleo da Terra, através da fusão do seu núcleo com o de Theia.
    Do choque resultou, igualmente, a projecção para o espaço circundante de enorme quantidade de destroços, que ficaram a girar à volta da Terra e, pouco a pouco, se foram congregando, por acreção e acção da força da gravidade, num corpo crescentemente maior, que viria a dar a nossa Lua.
    A esfericidade da Lua – “versus” a forma irregular da miríade de pedregulhos que enxameiam o espaço sideral – deve-se a que tem, pelo menos, cerca de 600 kms. de diâmetro, tamanho mínimo para tomar a forma esférica.

    Nem sempre a Lua esteve à mesma distância da Terra.
    Aquando da sua formação, ela estava 18 vezes mais próxima do nosso planeta do que hoje.

    O seu afastamento da Terra deve-se à fricção entre a superfície da Terra e a enorme massa de água que a cobre.
    Esta fricção faz com que, ao longo do tempo, a Terra gire um pouco mais lentamente sobre o seu eixo: a água está a atrasar a rotação da Terra.
    De acordo com a 3ª Lei de Newton, por cada acção, há uma reacção de força igual e sentido oposto.
    A Terra e a Lua estão unidas por uma espécie de abraço gravitacional.
    À medida que o movimento de rotação da Terra diminui, o da Lua acelera.
    E, quando um corpo que está em órbita acelera, essa aceleração empurra-o para fora.
    O afastamento gradual da Lua da Terra ocorre, à razão de 3,78 centímetros por ano, um pouco mais do que 0,1 mm por dia.

    Cabe referir que devemos à Lua a possibilidade da existência de vida na Terra, devido a que foi este simpático astro que estabilizou o eixo terrestre, o qual, em vez de se mover aleatoriamente no espaço, mantém sempre a mesma distância angular entre o seu eixo e o plano do Equador, isto é, cerca de 23,26 graus.
    Como parêntese, refira-se que, apesar de manter esta inclinação axial, têm acontecido, ao longo dos milénios, minúsculas alterações no seu eixo, mas suficientes para a desertificação de vastas zonas no planeta, assim como origem de várias glaciações, de que é exemplo a última que terminou, há cerca de 10.000 anos.

    No movimento de translação à volta do Sol, a Terra mantém, pois, por norma, o seu eixo sempre paralelo a si mesmo, em qualquer dos pontos da sua trajectória.

    A pendularidade que a massa da Lua trouxe ao nosso planeta, tornou, assim, possível que as Estações sazonais – Primavera, Verão, Outono e Inverno – ocorram com regularidade e nos visitem, anualmente, de um modo, mais ou menos, previsível.

    Quando a Terra, no seu movimento de translação, mostra mais para o Sol o hemisfério Norte, é Verão neste hemisfério e Inverno no Sul.
    Quando, do lado oposto da translação, mostra mais o hemisfério Sul para o Sol, então é Verão no Sul e Inverno no Norte.

    Nas duas posições intermédias da translação, a luz do Sol incide, por igual, nos dois hemisférios (os casos dos dias em que ocorrem os inícios da Primavera e do Outono).
    São os dois momentos do ano em que, como aprendemos nos livros, o dia é igual à noite, ou seja, em que acontece o Equinócio da Primavera (com o dia solar a crescer) ou o Equinócio do Outono (com o dia solar a minguar).

    Episódios cósmicos como o do choque dos dois titãs, Terra e Theia, são frequentes, ao longo do Universo, provocando cataclismos de dimensões inimagináveis, a que estão, um pouco sujeitos, todos os corpos do Cosmos, Terra incluída.

    A esse propósito, será interessante falarmos um pouco do nosso Sol, que é apenas uma estrela de média dimensão, ao pé de outras que são centenas de vezes, senão, até, milhares de vezes maiores do que ele.

    Como uma pálida ideia da grandiosidade dos fenómenos que ocorrem, por esse Universo fora, refira-se que o Sol, não obstante o seu relativo tamanho, face a outras estrelas bem mais gigantes, queima, no seu núcleo, cerca de 600 toneladas de hidrogénio, em cada segundo, que transforma em hélio.

    O nosso amigo Sol, que agora vemos como o gerador de vida na Terra, ditará o fim do nosso planeta, quando se transformar numa Gigante Vermelha, fase que ocorrerá, quando tiver consumido todo o seu combustível, o hidrogénio.
    Então, aumentará exponencialmente o seu tamanho, a ponto de engolir a Terra, na sua órbita, cuja temperatura atingirá, à superfície, milhares de graus Centígrados.
    Em vez de um milhão e 400 mil quilómetros de diâmetro, que tem actualmente, o Sol inchará, até atingir cerca de 140 milhões de quilómetros.

    A água dos oceanos terrestres irá ferver e desaparecer.
    As montanhas irão derreter e transformar-se em lava.
    Será o último dia de vida aqui na Terra.

    Descansem, contudo, porque tal cenário apenas terá lugar daqui a cerca de 5 mil milhões de anos, quando o Sol tiver chegado ao fim da sua vida útil e se tiver transformado numa Gigante Vermelha, fase em que se manterá cerca de dois mil milhões de anos, até se transformar numa Anã Branca, composta apenas por carbono e oxigénio, onde encontrará a sua morte.

    Quando se tornar numa Anã Branca, o nosso Sol deve ficar com um diâmetro parecido com o da Terra, com aproximadamente um centésimo do diâmetro que tem hoje.
    Apesar de encolher muito no tamanho, o Sol ainda irá preservar quase 60% de sua massa original.
    Imagine-se a brutal densidade da Anã Branca, sendo do tamanho da Terra, com 60% da massa actual do Sol e um milhão de vezes mais densa …
    Se pegássemos num bocado de uma Anã Branca do tamanho de um berlinde e o colocássemos sobre a superfície da Terra, ele atravessaria o chão, devido à sua extrema densidade.

    Quando a estrela atinge o estado de Anã Branca, o processo de fusão parou.
    O motor da estrela foi finalmente desligado.
    As Anãs Brancas são objectos cósmicos, cujo arrefecimento é extraordinariamente lento, sendo necessárias centenas de milhares de milhões de anos, para que o seu esfriamento se complete e só então passariam ao seu estágio final, o de Anãs Negras, em que se tornariam invisíveis, sem emitir qualquer luz.
    Ora, como o actual Universo em curso regista de idade apenas cerca de 13,8 mil milhões de anos, todas as Anãs Brancas existentes ainda estão longe de atingirem a derradeira fase de Anãs Negras.

    O centro de uma Anã Branca, segundo alguns astrofísicos, é um cristal gigante de carbono puro, isto é, um diamante cósmico com milhares de quilómetros de comprimento.
    A ideia de que o Sol, no seu final de vida se transformará numa massa disforme e morta é algo triste para nós, que, desde sempre, o vimos a brilhar no céu azul.
    Para compensar isso, pensemos que ele se transformará num enorme diamante com triliões de triliões de quilates.

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