Não é novidade para ninguém que tenha um mínimo de formação cultural, que a imprensa tem uma importância enorme, não só na (in)formação da população, como na luta pela defesa da democracia e pelas necessidades mais básicas da população.
Marcelo Rebelo de Sousa, a férias num recanto que encontrou a sotavento – Monte Gordo – levanta um pouco (muito pouco, em boa verdade) o véu! Homem, desde sempre ligado a jornais, sabe que a imprensa algarvia é forte. Tem razão!
A sul do Tejo/Sado talvez não haja jornais tão fortes e com tanta tradição quanto os algarvios.
A sotavento, o tal recanto que ele agora reencontrou para desfrutar de alguma tranquilidade, com bom tempo e águas cálidas, está uma cidade com uma tradição ancestral no que diz respeito a gráficas e a jornais. Naturalmente refiro-me a Vila Real de Santo António, onde se publicaram diversos títulos, entre muitos deles o Ecos do Guadiana, Notícias do Algarve e por fim o JORNAL do ALGARVE que, contra ventos e marés, se publica ininterruptamente desde 30 de março de 1957.
Numa época em que proliferam falsas ou não notícias que alimentam o ego de muitos, em redes sociais, que mais não servem para se promoverem ou manipularem quem os segue, é cada vez mais importante uma comunicação social forte, séria e credível que contribua para uma informação verdadeira, para a formação da sua população e que lute pela solução dos reais problemas da região.
Não menos importante do que isto, numa época em que prolifera o populismo, é a função que os jornais de proximidade, como são os regionais, têm na defesa e manutenção da democracia.
O presidente pôs o dedo na ferida ao constatar que a imprensa algarvia, e não só, passa por sérias dificuldades, mas ficou por aí.
Professor e jornalista durante uma longa carreira, ao ser confrontado pelo decano da imprensa algarvia, devia ter ido um pouco mais longe! Devia ter realçado a verdadeira importância da imprensa (é ela que lhe dá voz…) e apresentar propostas de solução para a sua sobrevivência que, queremos acreditar, considera vital para a sociedade e para a democracia.
Enquanto presidente da República, pode e deve chamar a atenção a quem de direito para que se promova legislação que permita viabilizar financeiramente um trabalho que deverá ser considerado um serviço público! É isso que fazemos diariamente!
Apesar dessas sérias dificuldades, acrescidas por uma legislação que não reconhece a sua verdadeira dimensão, que não permite o apoio publicitário estatal de que carece para dar continuidade a um trabalho isento e honesto, aqui continuamos com uma equipa de cinco estrelas que não olha a meios, a trabalhar para prestar esse serviço público que é informar e reivindicar o que mais importante é para o Algarve e para os algarvios de naturalidade ou por opção.
Aos nossos resistentes colaboradores, atuais e de longa data, um bem haja e o mais profundo agradecimento por não desistirem!
Agradecemos também àqueles que nos ajudaram a fazer História mas chegaram à conclusão que já não vale a pena passando a dedicar-se exclusivamente às redes sociais. Recordo que, para além da sua inequívoca qualidade, o que os, verdadeiramente, notabilizou foram os jornais impressos e aqui incluo este vetusto e reconhecido semanário.