A administração da Litográfica do Sul, empresa de Vila Real de Santo António, não compareceu às reuniões que tinha agendado para esta quinta-feira com os trabalhadores e com o presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António.
Entretanto, o Jornal do Algarve soube que a autarquia já terá informado a administração da empresa que pretende reunir-se urgentemente com aqueles responsáveis.
Os trabalhadores foram informados, na última semana, de que não há dinheiro para o pagamento do mês de março e continuam à espera de respostas em relação ao seu futuro e ao da empresa.
Um edital do Tribunal de Olhão, colocado na última semana na porta de entrada, anunciou a nomeação de um administrador judicial provisório para a empresa, no âmbito de um processo relacionado com dívidas.
A empresa está, agora, sob um Processo Especial de Revitalização (PER), no âmbito do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE), solicitado pela administração.
Trata-se de uma situação que é requerida para “permitir ao devedor que esteja numa situação economicamente difícil ou em situação de insolvência iminente, mas que ainda seja passível de ser recuperado, negociar com os credores com vista a um acordo que leve a revitalização daquele”.
A Litográfica do Sul foi criada em 1948 e especializou-se na impressão em papel, nomeadamente de rótulos, livros, revistas, cartazes e folhetos publicitários.
Os trabalhadores temem o encerramento da empresa, uma das maiores empregadoras do concelho, situação que colocaria no desemprego mais de quatro dezenas de pessoas, algumas com mais de 40 anos de casa.
Tanto sindicato como trabalhadores estranham toda a situação, pois garantem que nunca houve falta de encomendas, mas que as pessoas estão desde janeiro, “encostadas às bancadas”, sem trabalho, porque a administração nunca mais respondeu aos pedidos de matéria-prima.
Domingos Viegas
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