Aljezur aposta no estudo e musealização da presença islâmica

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Diversos locais do concelho de Aljezur apresentam marcas da presença islâmica, que a autarquia e a Associação de Defesa do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur querem estudar e valorizar, para melhor conhecer este período da sua história.

Atualmente, existem vários trabalhos arqueológicos a decorrer no município de Aljezur: Silos Islâmicos da Barrada, Ribat da Arrifana e Fortaleza da Arrifana são os mais importantes, mas existem outros, como as Necrópoles da Idade do Bronze de Corte Cabreira, de Vale da Telha e de Monte Clérigo.

José Marreiros, presidente da Associação de Defesa do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur (ADPHA), tem sido um dos principais impulsionadores dos trabalhos, mas a falta de verbas tem condicionado a sua missão.

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Porém, este ano, a associação e a câmara de Aljezur contam com o apoio do Polis Litoral Sudoeste, que pretende ajudar o município a integrar o espólio recolhido nos vários sítios arqueológicos em centros de interpretação.

Segundo apurámos, estes centros serão criados pelo Polis na Ponta da Atalaia, Vale da Telha e Portinho do Forno/Pontal da Carrapateira.

“O património de Aljezur está a mexer”, realça José Marreiros, frisando que as últimas descobertas, nomeadamente no Ribat da Arrifana, “são muito importantes e já estão a ultrapassar as fronteiras nacionais”.

“Todos os anos são achados novos vestígios que contam mais um pouco da nossa história e que constituem uma pedrada no charco da arqueologia”, refere, frisando que diversos investigadores, historiadores, professores, alunos e jornalistas internacionais, assim como delegações de diversas embaixadas (árabes e não só), já se deslocaram até ao concelho por causa dos achados em curso.

Primeiro centro de interpretação em 2013

De acordo com o presidente da ADPHA, o Ribat da Arrifana deverá ser o primeiro sítio arqueológico a ser musealizado, em 2013. E o próprio Ministério da Cultura está em vias de classificar o ribat como monumento nacional.

“A criação de um centro de interpretação no local vai contribuir para a dinamização cultural e turística do município, assim como vai ser um ponto de partida para o surgimento de um novo turismo no Algarve”, salienta.

Para o historiador Mário Varela Gomes, “a musealização vai encerrar uma etapa, mas ainda há muito para estudar e investigar sobre o espólio já recolhido”, que inclui milhares de peças de cerâmica, pedra, osso, metal e vidro do período islâmico.

Segundo apurou o JA, a musealização do Ribat da Arrifana vai implicar o restauro das mesquitas e dos passadiços à semelhança da época, além da construção de um centro interpretativo que vai contar ao público a verdadeira história do que se terá passado aqui há cerca de nove séculos!

Nuno Couto/Jornal do Algarve
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