Americanos rendem-se aos produtos de cortiça

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As malas e os chapéus de chuva em cortiça produzidos no Algarve foram um sucesso nos Estados Unidos, a par de uma centena de produtos portugueses que nunca tinham atravessado as fronteiras norte-americanas.

As lojas do Museu de Arte Moderna (MoMA) norte-americano vão passar a vender quase uma dezenas de produtos portugueses “design” e “vintage”, graças do sucesso da mostra portuguesa “Destination Portugal”, disse à Lusa fonte da instituição.

Na conclusão da mostra de mais de dois meses nas três lojas de Nova Iorque e também na de Tóquio, Japão, a responsável de “merchandising” da MoMA Design Store, Lauren Solotoff, adiantou que esta foi das melhores iniciativas já feitas com produtos de outros países.

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“Foi extraordinário. A coleção de produtos foi muito bem recebida”, afirmou Solotoff.

Muitos destes cerca de 100 produtos portugueses nunca tinham sido postos à venda nos Estados Unidos, e alguns materiais causaram mesmo surpresa nos visitantes, caso da cortiça usada no fabrico de malas ou guarda-chuvas.

“A coleção tinha grande impacto visual, incluindo materiais e métodos de produção interessantes, estava a bom preço e mostrou-se popular entre todo o nosso público, incluindo clientes de design, visitantes do MoMA e comunicação social”, disse.

“Foi realmente uma mistura bem sucedida de todos os tipos de produtos, quer novos, quer vintage”, adiantou à Lusa.

A responsável do MoMA não divulga os números de venda, mas assegura que foi dos melhores alcançados nas diversas promoções do género.

Entre os produtos mais vendidos esteve o serviço de chá “Whistler”, feito de cerâmica pintada e cortiça, as colheres “Goa” em inox e resina, um vaso de porcelana, uma mala de ombro em cortiça, as taças Bordalo Pinheiro em forma de melão e os lápis Viarco.

O cenário foi semelhante em todas as lojas, mas em Tóquio, adiantou, os produtos com cortiça foram particularmente bem sucedidos.

Os mais caros, como eram as peças de mobiliário design, foram os menos vendidos, afirmou Solotoff.

“Dado o sucesso desta coleção de produtos e os contactos com designers e representantes que fizemos, planeamos continuar a apresentar novos produtos de Portugal”, adiantou à Lusa.

No católogo de outono serão incluídos nove produtos, incluindo um banco (“Handle Stool”) do designer Fernando Brizio, um pilão de barro para ervas, além do “Whistler”, talheres “Goa” e peças Bordalo Pinheiro.

Lauren Solotoff afirma-se mesmo “surpreendida” com a quantidade de produtos que entrou diretamente para o catálogo.

“A nossa seleção para o catálogo normalmente está concluída na altura (maio) em que o evento foi lançado. Mas os produtos que incluímos foram aqueles que começaram imediatamente a vender bem”, referiu.

“Além disso, todos foram prontamente disponibilizados pelos fabricantes e designers nas quantidades que precisamos para produtos de catálogo”, afirmou Solotoff.

Para o delegado do AICEP na América do Norte, Rui Boavista Marques, a iniciativa “contribuiu para elevar o nome de Portugal ao de um País de Design”, e Nova Iorque é “ uma cidade de tendências” com poder de influência internacional.

“Nunca num evento deste tipo – já foram realizados 7 – aconteceu o sucesso de Portugal. Antes da acção de promoção não havia nenhum produto português. Agora vão ficar mais de 10 produtos no portfolio permanente e 5 terão grande destaque na revista da rentrée, que chegará a 2.500 milhões de assinantes das actividades do MOMA”

Com esta boa publicidade, disse à Lusa, “a maior preocupação é a de consolidar os ganhos de mercado das marcas portuguesas presentes e potenciar os seus negócios nos Estados Unidos”.

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