A Associação Natureza Portugal (ANP|WWF) está a iniciar três estudos preparatórios que vão permitir planear a remoção de barreiras fluviais em três rios, um deles o Vascão.
Os estudos estão a ser desenvolvidos com o apoio e financiamento do programa ‘European Open Rivers Programme’, uma organização que atribui fundos dedicados à remoção de barreiras para o restauro da continuidade fluvial dos rios.
O financiamento vai permitir realizar visitas de campo para identificar e mapear barreiras fluviais nos rios, bem como estudar a viabilidade da sua remoção; desenvolver o trabalho de comunicação com os proprietários das barreiras, comunidades locais e respetivos municípios; mapear e estudar outras barreiras que possam existir no mesmo rio; obter as autorizações necessárias para a remoção e preparar os planos de remoção e restauro do rio.
O projeto no Rio Vascão surge no seguimento da remoção do açude de Galaxes e pretende aumentar significativamente as operações naquela área, removendo mais duas barreiras na mesma ribeira – Ribeira de Odeleite – e 12 barreiras no Rio Vascão. Todas estas barreiras, segundo a ANP, já foram priorizadas para remoção por um relatório ministerial.
O Rio Vascão e a Ribeira de Odeleite acolhem as únicas populações sobreviventes em Portugal de uma das espécies de peixes de água doce não migratórios mais ameaçadas, o saramugo.
As remoções previstas “têm o potencial de restaurar 93 quilómetros de rio de fluxo livre e melhorar significativamente o habitat, não só para o saramugo, mas também para a enguia europeia e outras espécies nativas em risco de conservação, incluindo mamíferos como a lontra e o lince ibérico”, pode ler-se em comunicado.