APEF afirma que o fim das portagens nas ex-SCUT pode penalizar o transporte ferroviário

Para a associação medida pode ter impacto negativo a nível da mobilidade e da sustentabilidade ambiental

ouvir notícia

- Publicidade -spot_img

A APEF – Associação Portuguesa das Empresas Ferroviárias manifesta-se surpreendida com a proposta aprovada, esta quinta-feira, na Assembleia da República para o fim das portagens nas ex-SCUT, revelou esta entidade, em nota de imprensa.

Segundo a APEF esta decisão “penaliza fortemente a ferrovia e demonstra, mais uma vez, a falta de visão estratégica dos decisores políticos para o setor dos transportes, permitindo que uma medida desta abrangência seja aprovada sem que se pense no impacto que a mesma terá ao nível da mobilidade e sustentabilidade ambiental”.

Realça que no ano em que havia a possibilidade da isenção das portagens nas ex-SCUT – que servem o interior e os eixos rodoviários preferenciais para a exportação de mercadorias – o Estado português decidiu aumentar a taxa de uso da infraestrutura ferroviária em 23%.

- Publicidade -

“Ao permitir-se que estas duas medidas avancem, podemos concluir que os partidos representados na Assembleia da República decidiram apostar na rodovia e, mais uma vez, discriminar a ferrovia, prejudicando o setor e todos os seus stakeholders, apesar dos milhões de euros que têm sido investidos na infraestrutura ferroviária”, reforça esta associação.

Segundo o diretor-executivo da APEF, Miguel Rebelo de Sousa, “não temos nada contra a decisão em si, mas é incompreensível que se tenha tomado uma decisão isolada desta natureza sem se pensar em medidas que permitam equilíbrio de tratamento entre modos de transporte, prejudicando ainda por cima o modo de transporte mais sustentável. Desta forma, o transporte ferroviário não terá condições para ser competitivo face ao rodoviário. Temo que os milhões de euros que têm sido investidos e que se continuarão a investir na rede ferroviária sejam desbaratados, porque corremos o risco de não termos comboios de mercadorias e até mesmo de passageiros a circular”.

Miguel Rebelo de Sousa, realça ainda que “Daqui a uns anos vamos mostrar-nos surpresos quando verificarmos que aumentámos as emissões de CO2 do setor dos transportes quando era esperada uma redução, e a razão para isso é clara, isso acontece porque demos incentivos contrários aos objetivos de sustentabilidade”.

A APEF apela ainda a que sejam tomadas medidas equitativas por parte do Governo e dos decisores políticos que permitam compensar o transporte ferroviário pela perda de competitividade face à rodovia, nomeadamente no que diz respeito à taxa de uso da infraestrutura.

- Publicidade -
- Publicidade -spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.