Após declarações polémicas, AMAL pede demissão do presidente da Agência para a Gestão de Fogos Rurais

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A Comunidade Intermunicipal do Algarve, composta pelas 16 autarquias algarvias pediu esta sexta-feira, dia 28, a demissão de Tiago Oliveira, presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), afirmando que o responsável “não tem condições para se manter em funções”.

“Os 16 autarcas algarvios não têm confiança e nem reconhecem competência a Tiago Oliveira para ocupar tão importante e fundamental cargo e pedem, por isso, que o presidente da AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais se demita, reconhecendo que não tem condições para se manter em funções”, pode ler-se num comunicado enviado às redações.

Em causa estão declarações do presidente da AGIF, proferidas esta quinta-feira, dia 27 de julho, na Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas, em que teceu o seguinte comentário: “há municípios a gastar meio milhão de euros, uma barbaridade de dinheiro nos bombeiros, quando não gastam dinheiro a gerir a floresta”.

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Para os municípios do Algarve, “estas palavras são totalmente inaceitáveis e reveladoras de que o presidente da AGIF, passados vários anos no cargo, continua a não conhecer a realidade do setor e isso é muito grave e preocupante”, prossegue a nota.

“Entendem, assim, que quem demonstra este nível de desconhecimento não pode manter-se no cargo e nem serve o desígnio nacional de gerir melhor o território e prepará-lo para a prevenção e proteção contra incêndios rurais”, termina o documento com a posição da AMAL.

Declarações polémicas

Tiago Oliveira disse ainda, na Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas, que os bombeiros recebem em função da área ardida. Em comunicado, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) refere que a afirmação de Tiago Oliveira “é totalmente falsa e desprovida de prova e de senso, porque os corpos de bombeiros não têm independência financeira, dependendo das Entidades Detentoras de Corpos de Bombeiros, como as Associações Humanitárias de Bombeiros”.

A Liga considera que o responsável “deve pedir desculpas públicas aos Bombeiros e às Entidades Detentoras de Corpos de Bombeiros, repondo a verdade dos factos”.

“Há um conjunto de resistências de natureza política, de distribuição de poder, de não cumprimento de procedimento de poderes, de dinheiros não verificados que têm de ser escalpelizados”, acrescentou Tiago Oliveira na quinta-feira.

Quanto às afirmações sobre os dinheiros gastos pelos municípios com os bombeiros e às “resistências” quanto a “dinheiros não verificados” , a LBP lembra: “devia ter conhecimento que todas as verbas entregues às AHB são escrutinadas pelo Tribunal de Contas e que fazem parte dos respetivos planos de atividades e orçamentos das autarquias”.

“Infelizmente, para poderem sobreviver e garantir o socorro às populações, as Entidades Detentoras dos Corpos de Bombeiros têm de incluir nos orçamentos anuais verbas para sustentação dos corpos de bombeiros, que em nada têm a ver com apoio direto ao combate aos incêndios florestais, os quais representam, aliás, apenas 7% da atividade total, não obstante o impacto mediático desta missão”, insiste.

A Liga exige ao presidente da AGIF que apresente “desculpas públicas aos Bombeiros, aos Comandantes de Bombeiros, aos Dirigentes Associativos e às Entidades Detentoras de Corpos de Bombeiros (Câmaras Municipais e Associações Humanitárias de Bombeiros)” e apela ainda ao Governo e à Associação Nacional dos Municípios Portugueses que esclareçam publicamente as condições em que os bombeiros são apoiados financeiramente.

Apela ainda ao Governo para que “sejam tomadas as consequentes medidas pelas afirmações caluniosas” e diz que se reserva no direito de “tomar todas as medidas que considere necessárias e oportunas para responsabilizar o autor das afirmações” e repor da verdade.

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