O suspeito de ter mantido três mulheres em cativeiro, durante mais de dez anos, na cidade de Cleveland, foi acusado ontem à tarde dos crimes de rapto e violação. Não foram encontrados indícios que incriminem os dois irmãos, que poderão ser libertados esta manhã.
Victor Perez, vice-procurador da cidade de Cleveland, anunciou que Ariel Castro é acusado dos crimes de violação e rapto contra Amanda Berry, Gina DeJesus e Michelle Knight. As três jovens americanas viveram fechadas dentro do número 2207 da Avenida Seymor, onde, durante mais de uma década, terão sido repetidamente agredidas.
Durante o cativeiro, Berry deu à luz uma criança que terá cerca de seis anos. As autoridades aguardam os resultados dos testes de ADN para confirmar se Ariel é o pai.
Irmãos podem sair hoje em liberdade
Os irmãos Pedro e Onil Castro permanecem sob custódia policial até esta manhã, altura em que, após uma audiência judicial relacionada com infracções menores (independentes daqueles crimes), poderão sair em liberdade.
“Ariel mantinha toda a gente à distância, incluindo os irmãos. Baseado nas declarações das vítimas e do suspeito, assim como nas provas recolhidas na casa, considero que eles não participaram em qualquer crime”, explicou Perez em conferência de imprensa.
Presas em divisões separadas
As autoridades forneceram poucos dados sobre o episódio baptizado de “casa dos horrores”, visto que a investigação policial ainda decorre, porém reforçaram a ideia de que o interior da habitação estaria em más condições e que as três mulheres viveriam em diferentes divisões. “Elas conheciam-se, mas não estavam juntas”, disse Perez.
Foi ainda anunciada a recolha de mais de 200 itens da “Casa dos Horrores”, assim como o início de novas buscas numa segunda habitação da Avenida Seymor, não tendo sido confirmada a suspeita de que as vítimas terão engravidado várias vezes durante o cativeiro.
Até ontem à tarde, o FBI não encontrou restos humanos enterrados no quintal da casa, uma informação veiculada no dia anterior pela imprensa local.
