Os novos patrões da ex-ministra das Finanças do governo PSD/CDS-PP gerem uma carteira de crédito de 5,5 mil milhões de euros, tendo entre os clientes os bancos Banif, Millennium BCP, Montepio, Santander e Banco Popular, em Portugal. Para muitos economistas, não são propriamente um novo nome na praça.
Mas, em entrevista à “RTP” na noite de quinta-feira, Maria Luís Albuquerque garantiu que “nunca tinha ouvido falar” da Arrow Global até de dezembro de 2015, quando foi convidada a assumir um cargo na empresa financeira britânica.
Para a ex-ministra das Finanças, as críticas que lhe têm sido feitas são, então, baseadas
em populismo e má-fé”. Quanto a questões de ética, Maria Luís disse que esta “não é uma questão de números de anos” passados em cargos públicos e privados – o PCP apresentou uma proposta de alteração de lei, que vai ser discutida no dia 8 de abril, para criar um período de “nojo” de cinco anos, para todos os ex-membros do governo que queiram ir trabalhar para uma empresa do setor privado que tinham tutelado.
“Se em algum momento eu tivesse, por algum ato enquanto governante, dado a esta empresa algum tipo de tratamento privilegiado ou algum tipo de benefício, eu não iria trabalhar para esta empresa nem daqui a um ano”, afirmou.
“A informação que eu tenho é macroeconómica e não é, de todo, privilegiada”, defendeu Maria Luís Albuquerque, assegurando que não passaria informação sensível sobre o Estado português a uma empresa privada.
Fábio Monteiro (Rede Expresso)