AVARIAS

Agora é que nos vamos aborrecer de morte

 

 

Certo é que com o Campeonato do Mundo de futebol a dar as últimas, voltamos, quer queiramos quer não à triste realidade da televisão, que se sabe má de mais para ser verdade. Mas é. Os canais cabo repetem o que já repetiram anteriormente. No subsector dos filmes e só para lhes tirar as peneiras, posso adiantar-vos que sempre que passava sobre o canal Hollywood, lá estava a Arma Mortífera, um, dois ou três. Ou estava a dar, ou ia dar, ou já tinha dado. É, diríamos, uma boa altura para ler, sair de casa, trabalhar em imperiais e ir à praia. Embora falar sobre ir à praia em Julho seja como perguntar a um português se vai fazer bacalhau para a consoada. O senhor aí no canto que só agora descobriu as delícias do Avarias: não gosta de praia e isto não tem nada a ver consigo. Parabéns à prima! Há quem, pelo contrário, passe o tempo em certas e determinadas redes sociais, a postar imagens de um pôr do sol, que nunca ninguém viu, numa enorme e sempre marcante homenagem ao amor físico e espiritual – como o bacalhau. Ou absorto numa fotografia de um urso em peluche muito fofinho (palavras sábias da filha, que acabou os exames do 12º ano) e que serve de imagem para uma legenda em que se lê “Amor é…”. Para estas pessoas não há Verão nem Inverno, todo o ano é uma corrida em que se dá força aos amigos ou se corta nos inimigos. Digitalmente falando.
Por falar em programação de estio, lembro uma entrevista de João Baião ao jornal I. Nela, o apresentador penitencia-se sobre a falta de qualidade da televisão actual e chega a dizer que se o seu primeiro programa que fez para a SIC (Big Show SIC) passasse agora, era digno de figurar na RTP2, tal o estado popularucho e miserável da TV actual. Já o vi nas novas andanças e palavra que não consigo descobrir a diferença entre o que faz (Portugal em Festa) e o que critica (os outros tolquechous, maus como o Portugal em Festa). Sobre isso eu podia lembrar a frase de alguém, que um dia disse mais ou menos o seguinte: existem três coisas a que o tempo transmite uma certa aura de respeitabilidade: edifícios feios; políticos e putas. Eu acrescentaria mais: apresentadores de tolquechous.
Vi o Brasil perder contra a Holanda. O futebol é assim mesmo. E não há lugar-comum que se adapte tão bem à situação como esse. Pelo andar da carruagem se o Brasil apanhasse a selecção do Irão, não valia a pena o Felipão fazer substituições. Perdia na mesma. Bem feito para não serem garganeiros. Hoje espero um pequeno milagre: que a Alemanha perca com a Argentina. Vamos ver como se comportam os inimigos figadais dos brasileiros. Ou se a conhecida frase de Lineker, infelizmente se mantém: o futebol é um jogo em que são onze contra onze, e no fim ganha sempre a Alemanha.

Fernando Proença

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1 COMENTÁRIO

  1. Ah…pois é. E a identidadezinha, não se fala é?
    Em termos de estações de televisão o Sporting Clube de Alvalade inaugurou a sua. Até aqui, tudo em Abrantes… como dantes.
    Cá e lá, o Boavista pensa apresentar na próxima assembleia ordinária (e não comecem a pensar coisas parecidas, porque o termo “ordinária” aplica-se às reuniões pré-estabelecidas pelos estatutos de qualquer agremiação ou instituição, e até as de caridade tão em moda de hoje em dia… o melhor é parar) dizia o Boavista, que pensa poder apresentar o estatuto que irá implementar a “Radiotelevisão da Ilha da Culatra”.
    E porquê, perguntarão V.ªs Exªs. E dentro da humildade que caracteriza o Boavista, ele responde que tal se deve a razões ponderosas de identidade (tal como os filósofos da bola: identidade para tudo o que é sítio e coisa) e pelos associados do Culatrense, que tantos e tão dignos resultados cheios de identidade tem conseguido em prol da nossa nação culatrense, plena de heróis e de história.
    Proximamente daremos más noticías a este respeito. Corrijo as “más”, por mais.
    E que viva a identidade

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