AVARIAS

Já tinha escrito isto antes?

1- Escrevo no dia seguinte ao jogo Portugal Continente – Arménia. Ou seja, no Sábado seguinte à Sexta em que Ronaldo nos safou mais uma vez. Os comentadores dos jogos de Portugal – Continente formam uma classe à parte. São os que dão a ideia de uma certa imparcialidade mas que na realidade são tão parciais como eu ou você caro leitor. E não gosto da experiência. O repórter da relva (suponho que seja assim que se chama. Se não é devia…) Hugo Gilberto (estarei certo?), é o limite. Sabe – só por exemplo – tudo sobre CR7, não lhe escapa uma estatística mas parece-me sempre os meus colegas de escola, engraxadores, que bajulavam os professores à procura de uma recompensa. Os restantes não são muito diferentes. Se ouvirem muitos dos comentadores da estranja (aqui ao lado os espanholitos, só para vos citar um exemplo) as diferenças são muito grandes mas às vezes quase imperceptíveis. Esses, os de fora, não se tomam por imparciais; um mau jogador da equipa adversária é sempre bem vindo. Uma boa jogada (o quê?, onde?) dos estrangeiros é um péssimo problema. Os adversários? Quanto pior melhor! Mas quando a sua equipa anda mal, não há cá paninhos quentes. Os toscos são chamados assim mesmo, toscos para que conste. Com os portugueses navegamos sempre em águas calmas. Parciais mas só um bocadinho, para que os de fora (opiniões que prezamos sempre muito, demasiadamente) não nos possam apontar nada. E vendo as coisas retrospectivmente para trás (como disse Jorge Jesus), ninguém tem comentadores como os nossos, altamente científicos, senhores das sua próprias certezas: a meio da segunda parte do mesmo Portugal Continente – Arménia, António Tadeia, inquirido sobre quem iria sair substituído, desfiou o rosário dos possíveis; podia ser quase toda a equipa. São os bons comentadores do facto consumado. Nunca erram.

2 – Nunca vejo telenovelas. Nunca vejo é retórico. Mas como naqueles restaurantes muito concorridos em que sempre fomos mal servidos e voltamos muito tempo depois. Pensando para o nosso fecho éclair: não é possível que tanta gente esteja errada, agora é que vai ser, agora é que vou ter um jantar de arromba. Mas o que pensávamos era só o desejómetro a funcionar. Ou seja, os maus jantares que lá tivemos não eram a excepção mas sim a regra. As novelas são mais ou menos assim (há excepções mas só confirmam a tal regra); más. E cada vez mais com argumentos em que tudo parece metido a martelo. O que está a dar é o problema da assunção da homossexualidade? Faça-se.Ou de mostrar que um doente de cancro vai lutar contra a doença com tudo o que tem? Arranja-se. E não se encontra cumulativamente um homossexual com cancro e vítima de violência doméstica que podia parecer demais. Nisso os brasileiros continuam a ser melhores. Apesar do nível da novela média ter descido a níveis de sub-cave, a sua capacidade de construir um argumento relativamente credível ainda está viva. Os portugueses que já fazem novelas vai para uns aninhos, têem andado, com vossa licença, de cavalo para burro. O nível médio da novela portuguesa é da mais pura indigência. Os maus são piratas em potência, os bons tão bons que parecem autênticos otários. As raparigas tolas e boazinhas são pobres. As ricas boas (de coração),têm geralmente azar com os namorados. As más são acabadas megeras sempre a ver o que podem fazer mal. Os homens repetem as qualidades das senhoras. No entanto há sempre um rico bom, que se apaixona pela boa pobre, entretanto torpedeada pela puta rica que só quer o mal do rapaz. Estereótipos? Impressão minha!

Fernando Proença

 

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1 COMENTÁRIO

  1. Eh pah, ó Proença, ainda bem que te encontro. Andava mesmo aflitinho da silva para te dar uma palavrinha descomprometida…tá-se mesmo a ver. Um amigo meu, pato bravo, há dias telefonou-me a perguntar-me se eu sabia onde é que ele podia encontrar uns tijolos gold, quéser, assim encarniçados cor de fogo, e tal. E eu lembrei-me logo dos tijolos do Mercado de Olhão. Mas tá claro que não era nada disso que ele precisava. E então também me perguntou (uma pergunta esquisita) se o heliporto da Ilha da Culatra, em caso de emergência estava operacional, e eu que sou de Loulé, tratei de informar-me, liguei-te mas não me atendeste. MAS PRONTO (E ANTES QUE ESTA MARMELADA COMECE A CATRAPISCAR). Então anteontem fui surpreendido com uma chamada do Carlos Silva, pedreiro, a agradecer-me e a dizer que já não era preciso nada, porque o amigo dele, o Pinóquio tinha levado com um tijolo gold no aeroporto e tinha ficado internado, e não sabe por quanto tempo. E a ele, de solidadriedade também o internaram, mais o chófer do Pinóquio. Estou sem perceber nada desta história de uns andarem a amandar com tijolos gold, uns aos outros. Mas ó Proença, tu que és homem de grandes sabeduras, se puderes ajudar-me a resolver esta papeleta, dos tijolos gold, muito agradecido te ficaria. (Quanto ao que escreveste hoje, já sabes, contas sempre com a minha maior admiração e, de todos cá em casa.) Carpe diem

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