AVARIAS: Apoios Casa Nogueira onde a qualidade é corriqueira

Opinião de Fernando Proença

 

 

Inscrevemo-nos no Concurso Nacional de Leitura. Alunos, uns por vontade própria, porque gostam de livros, outros, pelo empenho dos seus professores, deram o nome. Havia que fazer contas, escolher os livros a partir dos quais se iria fazer o questionário para encontrar os três – primeiros – três classificados. A minha biblioteca, mais os amigos que nunca falham e são – também – para estas ocasiões, lá puseram a geringonça (há mais geringonças que as geringonças oficiais) a andar. Fase de escola passada, vem, meses mais tarde a distrital, marcada para Loulé (biblioteca municipal e cine teatro). No período entre uma (local) e outra (regional), definição dos dois livros que os alunos apurados teriam que ler. Em Loulé esperava-os outro questionário e depois, uma leitura pública, com júri e tudo, só para os que no questionário, realizado hora e meia antes, provassem ter sido os melhores. Nestes meses de intervalo, havia que resolver um problema: como ir para Loulé? Correram-se as capelas da ordem: primeiro a capela da Câmara Municipal de Faro. Uma semana antes a resposta que infelizmente se aguardava, autocarros avariados, ou fora de serviço, ou com as rodas em baixo. Os pedidos de desculpa e siga para bingo. Lá fomos nós à junta da Freguesia da Sé, segunda capela. Após breve consulta aos capelistas, que sim talvez se arranjasse. E arranjou-se, soube na semana anterior à gloriosa partida. Lá fui, na manhã do evento (como se diz agora) buscar a chave e preencher papelada. Depois iria buscar a tal carrinha a um estacionamento tal e tal. Foi o que fiz, que um professor que não pega numa carrinha para ir com alunos, não é homem não é nada. Lá fomos, professores e alunos, bem compostos numa carrinha de nove lugares, à mercê da GNR, porque isto de levar alunos (mesmo com todos os certificados de idoneidade) tem que se lhe diga e, digo-vos (gosto do verbo dizer) nunca se sabe quando a autoridade nos privilegia com o seu longo braço legal. Fomos e viemos que, mesmo no Concurso Nacional de Leitura há ir e voltar. No meio, pusemos gásol na viatura, que a escola nos pagará nas calendas gregas, caso sobre dinheiro entre o deve e o haver, e ainda tivemos tempo para enfiar no estômago duas miniaturas de rissol, oferta da casa. Ou seja, foi, para os parâmetros de uma classe que tem que pagar da sua algibeira e esperar que tudo corra bem quando sai dos muros da escola, uma tarde bem passada. Agora o que me encheu o olho, foi quando me deparei com o certificado de participação da escola e alunos. Apoios eram doze, nem mais um nem menos. Mas não de churrasqueiras nem de oficinas de pneus. Desde a Unesco (a que patrocina o Málaga), passando pela RTP, Ministério da Educação, Governo da República Portuguesa, Instituto Camões, Câmara de Loulé (Câmara de Oué, para quem não diz os éles), entre outros; tudo gente grada. Só faltava a EDP, mas o Catroga anda muito ocupado. Enchiam então os ditos patrocínios toda a parte inferior do dito certificado. Agora talvez me coubesse perguntar: que raio de apoios deu esta malta toda, para que, nós professores, até moedas para os sôfregos parquímetros da cidade tivéssemos que pôr dos nossos bolsos?

Fernando Proença

 

Deixe um comentário

Exclusivos

Isilda Gomes: “Lutarei em qualquer parte pela defesa da região”

JORNAL do ALGARVE (JA) - Em 2013, quando assumiu o primeiro mandato, disse ao...

Algarve prepara-se para dizer adeus às portagens

Após avanços e recuos, as portagens têm os dias contados. Há quem veja a medida como o triunfo da justiça na região e quem acuse o PS de “irresponsabilidade financeira”. Outros, ainda, adiantam que apenas se trata de uma transferência de pagamento para todos os contribuintes e que tira competitividade ao transporte ferroviário

O Algarve vive os desafios duma região que cresceu acima da média nacional

O Governador do Banco de Portugal, natural de Vila Real de Santo António, visitou...

Lar de Demências e Alzheimer em Castro Marim acompanha a elite das neurociências

Maria Joaquina Lourenço, com os seus quase 90 anos, vai caminhando devagar, com o...

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.