Banco de Portugal prevê dois anos de recessão

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Programa da troika e imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal levam instituição a rever anteriores projeções em baixa. Economia deverá cair 2% este ano e 1,8% em 2012.

O Banco de Portugal (BdP) espera que a economia tenha uma queda de 2% este ano e volte a cair 1,8% em 2012. Nas projeções anteriores, avançadas em abril, a instituição apontava para uma contração do produto interno bruto (PIB) de 1,4% em 2011 e um crescimento de 0,3% no próximo ano.

As novas projeções do Boletim Económico de Verão incluem já os efeitos do programa da troika e do novo imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal. Ainda não foram considerados os cortes de despesa, a rondar os €1000 milhões, que o ministro das Finanças anunciou na mesma altura em que apresentou o novo imposto, por não estarem suficientemente especificados.

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A contração do produto interno bruto (PIB) nestes dois anos de ajustamento económico é o resultado de quedas na procura interna de, respetivamente, 6,3% e 4,4%. O consumo privado recuará 3,8% e 2,9% em 2011 e 2012 e o investimento (formação bruta da capital fixo) registará um tombo anual na ordem dos 10%. Em compensação, as exportações deverão ter um crescimento de 7,7% em 2011 e 6,6% no próximo ano.
Menos 90 mil empregos

Em consequência destes dois anos de recessão, a economia perderá cerca de 90 mil postos de trabalho. Isto porque, segundo o Banco de Portugal, o emprego deverá cair 1% em 2011 e 0,9% em 2012.

Nas contas externas, destaca-se o facto de o défice da balança corrente e de capital – normalmente chamado défice externo – recuar para 4,4% do PIB no próximo ano. Ou seja, metade do registado em 2010. A balança de bens e serviços deverá ficar quase equilibrada no próximo ano, com um défice 0,7% do PIB, enquanto o buraco na balança de rendimentos – onde se registam os juros e outros rendimentos a pagar ao exterior – deverá ultrapassar os 6% do PIB.

Como principais riscos, o BdP destaca a incerteza em relação ao futuro da crise da dívida soberana na zona euro e também os efeitos das medidas do programa da troika que são bastante abrangentes e atingem diversas áreas.

JA/Rede Expresso
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