Indignados com a tragédia dos imigrantes africanos que continuam a morrer no Mediterrâneo junto a Lampedusa, alguns habitantes da ilha italiana receberam mal, esta manhã, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, e a comissária europeia, Cecilia Malmstrom.
“Vergonha! Assassinos!”, foram as palavras gritadas junto ao aeroporto, onde desembarcaram os três políticos para uma visita ao hangar transformado numa enorme morgue, onde se encontram os 275 corpos resgatados da embarcação que naufragou na semana passada.
“A imagem de centenas de caixões nunca sairá da minha mente. É algo que não se esquece. Caixões de bebés, caixões de uma mãe e de um bebé que tinha acabado de nascer, foi algo que me chocou profundamente e me entristeceu muito”, afirmou depois Durão Barroso, numa conferência de imprensa conjunta, onde anunciou a atribuição a Itália de um fundo europeu adicional de 30 milhões de euros para auxílio aos refugiados.
Enrico Letta disse que o “drama europeu” dos imigrantes ilegais estará no centro da agenda da presidência italiana da União Europeia que terá lugar no segundo semestre do próximo ano.
Alexandre Costa (Rede Expresso)
