Bastonário dos Farmacêuticos lamenta falta de estratégia para a transição digital

O responsável defendeu ainda que essa transição digital é fundamental para ajudar a medir resultados em saúde

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O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos lamentou esta semana a “falta de estratégia” para a aplicação das verbas previstas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a transição digital na área da Saúde.

No dia em que a Ordem dos Farmacêuticos assinalou formalmente os 50 anos, Helder Mota Filipe disse temer que, sem uma estratégia para o uso dessas verbas, “se perca mais uma oportunidade de dar um salto em frente”.

“Eu não estou a ver que esse aproveitamento esteja a ser o mais adequado e efetivo possível”, lamentou, acrescentando: “Vejo uma SPMS [Serviços Partilhados do Ministério da Saúde] muito competente e muito entusiasmada no sentido de resolver os problemas, mas estamos a falar de uma quantidade de verbas e de condições que precisavam já de uma estratégia, partilhada por todos os profissionais”.

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“O dinheiro está, pelos vistos, teoricamente disponível, mas só é efetivo se houver uma estratégia adequada que o permita aplicar”, insistiu.

O responsável defendeu ainda que essa transição digital é fundamental para ajudar a medir resultados em saúde, sobretudo a medir os resultados conseguidos, na vida real, com determinados medicamentos, sobretudo os inovadores, habitualmente bastante caros.

Defende igualmente um maior envolvimento dos cidadãos na decisão terapêutica, para o que têm de estar na posse de todos os seus dados clínicos: “As pessoas têm de ter acesso a todos os dados da informação clínica. Esses dados são das pessoas, não são das instituições”.

Os utentes “precisam de ter acesso a toda a informação que é relevante sobre a sua própria saúde, sobre os seus dados, sobre as terapêuticas que lhe são instituídas e perceber porquê”, insiste.

Helder Mota Filipe defende ainda que os farmacêuticos, – seja na área das análises clínicas, nas farmácias comunitárias ou nas hospitalares – “se tiverem mais acesso aos dados clínicos dos seus próprios utentes, podem fazer mais”.

Diz igualmente que algumas medidas previstas no Orçamento do Estado para 2023, como a dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade e a renovação da terapêutica em doentes crónicos, “só podem ser implementadas com a qualidade que devem se os farmacêuticos tiverem acesso a um conjunto de informação que hoje não é possível ter” por causa das limitações dos sistemas informáticos.

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