O Bloco de Esquerda criticou hoje a falta de respostas concretas do Governo sobre os fundos de 300 milhões de euros que chegarão ao Algarve no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), os setores a serem apoiados e as incertezas sobre o calendário dessa chegada.
Em comunicado, o Bloco afirma que esta quarta-feira questionou o ministro do Planeamento sobre esta questão, mas lamenta que não tenha havido respostas para além do “que já se sabia”.
“Às questões colocadas, o ministro pouco adiantou, dizendo o que já se sabia – que no âmbito dos fundos estruturais o Algarve iria receber uma verba adicional de 300 milhões de euros, conseguida em reunião do Conselho Europeu onde se negociou o Plano de Recuperação e Resiliência. Nada se sabe quando chegarão estes fundos – que serão muito insuficientes – e quais os setores e atividades a apoiar”.
Segundo os bloquistas, enquanto isto o Algarve, os seus trabalhadores, famílias, empresas, populações, “vão morrendo lentamente, mergulhados numa brutal crise económica e social e que ainda não bateu totalmente no fundo. As consequências serão catastróficas e devastadores se o governo não atuar de forma rápida e adequada”.
“A pandemia pôs a descoberto as debilidades do país e, muito em particular, regiões como o Algarve, que vive quase exclusivamente do turismo, afirma o partido, recordando que o Algarve foi a região onde o desemprego mais aumentou: “Já são mais de 35 mil desempregados e há milhares de micro e pequenas empresas que irão à falência, aumentando ainda mais as pessoas sem trabalho, se não forem devidamente apoiadas”.
“O governo anunciou um plano de recuperação para o Algarve, mas ainda não passou do papel. Há que apoiar, com urgência, os trabalhadores, famílias e empresas. Há que aproveitar o momento para fazer os investimentos que o Algarve necessita, nomeadamente para a modernização dos serviços públicos, a construção do novo Hospital Central, o combate à desertificação e à interioridade regional, os apoios para a pequena produção agrícola e para a modernização da frota pesqueira e das suas infraestruturas, a aposta nas energias renováveis e nas novas tecnologias, uma melhor mobilidade, a concretização do plano de eficiência hídrica para fazer face à falta de água e às alterações climáticas, etc”, conclui o BE Algarve.