Bruxelas recua na proibição dos galheteiros

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Comissão Europeia cede à pressão dos países do Norte e muda radicalmente de ideias em menos de uma semana.

A Comissão Europeia fez ontem marcha-atrás em relação à intenção de tornar obrigatória em toda a União Europeia a utilização de garrafas invioláveis e não reutilizáveis para o azeite servido nos restaurantes.

Bruxelas queria aplicar a toda a União uma prática já adotada em Portugal desde 2006, e cujo arranque não foi isento de polémica, uma medida justificada com a necessidade de combater a fraude, proteger o consumidor e a qualidade do produto.

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A proposta da Comissão foi longamente discutida pelos governos da União e acabou por recolher o apoio de 15 dos 27 países. Estes, no entanto, não reuniam a chamada maioria qualificada de votos, o que deixava a decisão final nas mãos do Executivo comunitário.

E perante o vendaval de críticas oriundo do Norte da Europa ao longo da última semana (da parte de eurodeputados e governos, como o Reino Unido), onde curiosamente se consome pouco e não se produz nenhum azeite, o comissário europeu responsável pela agricultura, o romeno Dacian Ciolos, anunciou hoje o abandono da sua proposta, com o argumento de que a mesma “não está formulada de forma a recolher um apoio alargado dos consumidores”.

Eurodeputado acusa Barroso de subserviência

Depois de ter desencadeado a fúria do Norte da Europa, o recuo de Bruxelas está agora a provocar a revolta do Sul.

Logo após o anúncio da Comissão esta quinta-feira, Capoulas Santos enviou uma carta a Durão Barroso onde se diz “perplexo e indignado” com esta mudança de planos, na sequência do que considera ter sido a “campanha” lançada contra esta medida.

“Considero esta decisão inaceitável, por revelar uma atitude subserviente face a grupos de pressão cuja motivação e objetivos visam claramente atingir a imagem de um produto saudável e de qualidade”, escreve o eurodeputado do PS.

Capoulas, que é o relator do Parlamento Europeu para a reforma da Política Agrícola Comum, considera o recuo de Bruxelas nesta matéria “tão absurdo quanto seria a declaração de obrigatoriedade da venda de whisky a granel”.

E pede a Durão que informe “com urgência” quais as “razões objetivas que determinaram esta última decisão, no preciso mês em que foi tomada decisão contrária”.

Daniel do Rosário (Rede Expresso)
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