Carlos Batísta, presidente da Junta de Freguesia, recorda que Cabanas (Tavira) é o maior destino turístico do concelho. E continua a reivindicar um novo acesso rodoviário, uma nova escola, um espaço verde, parques de estacionamento e vias alternativas ao trânsito
Como encontrou a freguesia quando assumiu funções?
A freguesia de Cabanas tem apenas 13 anos. Tocou-me a honra de ter sido o seu primeiro presidente. Desde então, só não exerci o cargo no mandato compreendido entre 2001 e 2005. Quando voltei a ser presidente, em 2005, encontrei a Junta de Freguesia bem organizada ao nível dos serviços administrativos e com uma razoável situação financeira. Porém, algo parada ao nível das actividades. Não ao nível da animação, mas sim ao nível da realização das obras mais necessárias para a freguesia, fruto, na nossa óptica, de uma atitude pouco reivindicativa.
O que é que mudou com o novo executivo da Junta?
Julgo que mudou a atitude reivindicativa, que teve como reflexo o início e conclusão de obras de grande importância para a freguesia, e cujos projectos já estavam concluídos há vários anos. Entre estes, destaco o início da requalificação da marginal, o porto de pesca, uma nova igreja, a construção do mercado e da nova sede da junta de freguesia (já estava em construção), uma nova ETAR, um armazém de arrumos, entre outros.
Quais as obras de maior relevância feitas nos últimos anos?
Das obras já referenciadas, destacamos duas. A Nova ETAR, pelo contributo que deu à freguesia, traduzido no enorme salto qualitativo em matéria de ambiente, e a requalificação da marginal, obra que igualmente veio dar grande qualidade à vila de Cabanas.
O que é que faz mais falta à freguesia neste momento?
Apesar de já se ter feito muito nos últimos anos, ainda continua muito por fazer. E nesse muito que continua por fazer, incluímos um novo acesso a Cabanas, por razões que se prendem com o facto de ser a única freguesia do concelho de Tavira (e quiçá de muitos concelhos) que tem apenas um acesso. Um facto agravado por ter três condicionantes: uma passagem de nível, uma linha de água e uma zona estrangulada.
Para além do novo acesso, Cabanas carece imenso de uma nova escola, adequada às exigências dos dias de hoje; de um amplo espaço verde; de habitação social; de parques de estacionamento e vias alternativas ao trânsito na periferia e interior da vila.
Que medidas têm sido tomadas para apoiar a população nestes tempos de crise?
Devido às limitações orçamentais da freguesia, o apoio às situações mais complicadas é feito ao nível do encaminhamento para o Gabinete de Apoio à Família, que funciona nas instalações da Junta de Freguesia, e para outras entidades com capacidade de resposta, nomeadamente a Acção Social da Câmara Municipal de Tavira.
Como perspetiva o futuro da freguesia?
O futuro da freguesia depende muito da intervenção da Câmara Municipal de Tavira. A nós, porque somos conhecedores profundos das realidades da freguesia e porque temos o sentido estratégico daquilo que é necessário para o seu correcto desenvolvimento, compete-nos reivindicar, de forma acertada, as obras que entendemos serem fundamentais para uma freguesia, caracterizada por ser o maior destino turístico de entre todas as freguesias do concelho, e que, essencialmente por isso, é uma freguesia em franco desenvolvimento. À Câmara Municipal compete compreender que o turismo e as actividades que lhes estão associadas, para além de serem as maiores geradoras de emprego, constituem também uma das maiores fontes de receita, não só do concelho mas de toda a região. Se isto for entendido, se for feito o investimento correcto, então Cabanas será uma freguesia próspera, o seu futuro será risonho e o retorno do seu investimento estará garantido. Se assim não for, então Cabanas não poderá dar largas ao potencial da sua beleza natural. Crescerá de forma deficiente, com todas as consequências que de aí advirão.
Deixe uma frase ao povo da freguesia?
Porque o momento é caracterizado pelo agravamento das condições de vida do povo português, a minha mensagem vai de encontro ao desejo de que se desenvolvam, de forma expressiva, os laços de solidariedade.
