Cameron a caminho da maioria absoluta; líderes trabalhista e liberal devem demitir-se

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David Cameron deve permanecer em Downing Street, a sede do Governo britânico

Os votos estão quase todos contados e o conservador David Cameron aproxima-se de uma maioria absoluta que nenhuma sondagem anteviu. O trabalhista Ed Miliband e o liberal Nick Clegg poderão demitir-se em breve.

9h19

A BBC e o “Guardian” avançam que Ed Miliband irá demitir-se.
George Eaton, editor de política da revista “New Statesman”, faz a análise à reflexão que os trabalhistas terão de fazer agora, escrevendo que o partido se irá dividir entre os que pedem uma linha mais à direita, de contenção financeira, e os que exigem mais combate à austeridade, à esquerda.

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9h09

Ainda falta distribuir 20 lugares, mas pelo menos uma coisa é certa: este parlamento terá mais mulheres do que o anterior. São já 28% da Câmara dos Comuns, contra os 23% conseguidos em 2010. 172 mulheres em Westminster para já.

9h06

O flagrante desacerto das sondagens suscita comparações com as legislativas de 1992. Nessa ocasião, os estudos de opinião previam que não houvesse maioria absoluta ou que, a havê-la, fosse dos trabalhistas. Contados os votos, o conservador John Major pôde continuar a governar, com uma maioria. Chegou a haver empresas de sondagens a alterar a sua metodologia e nasceu o conceito de “shy tory” (conservador envergonhado), isto é, alguém que vai votar nos conservadores mas tem vergonha de o dizer.

8h56

Com 1.454.436 votos (5%), o Partido Nacional Escocês (SNP) obtém 56 deputados. Com 3.659.630 (12,5%), o Partido da Independência (UKIP) pode ficar com apenas um representante em Westminster. São as vicissitudes do sistema eleitoral com círculos uninominais a uma só volta. As regras beneficiam os grandes partidos e os que, como o SNP, têm o voto muito concentrado em determinadas zonas.

8h50

Nicola Sturgeon, líder do SNP, classifica como “disparate” a ideia de que a vitória dos independentistas escoceses levou a um novo Governo conservador. Para a escocesa, o problema esteve nos trabalhistas: “por amor de Deus, o ministro-sombra das Finanças perdeu o seu lugar”, disse, referindo-se a Ed Balls.

8h46

A BBC informa que David Cameron vai ao Palácio de Buckingham pelas 12h30. Sinal de que o primeiro-ministro confia conseguir a maioria absoluta ou um acordo que lha assegure. É curioso notar que será uma das nomeações mais rápidas de um chefe de Governo, numa eleição que todos previam ir demorar a gerar um Executivo. Com a maioria absoluta praticamente garantida, o programa do Executivo deverá ser apresentado, como previsto, a 27 de maio, no Discurso da Rainha, pronunciado durante a cerimónia de Abertura Solene do Parlamento. É Isabel II quem o profere, mas é redigido pelo Governo.

8h40

James Chapman, editor de política do “Daily Mail”, avança no Twitter que Ed Miliband irá demitir-se ao meio-dia. Será mesmo assim?

8h35

Com apenas 41 mandatos por distribuir, os Conservadores continuam a seguir a todo o gás: já contam com 301 lugares em Westminster. Recordo que necessitam de 325 para ter uma maioria.

8h25

Para os interessados, aqui fica uma ligação com as capas dos principais jornais britânicos nesta manhã de sexta-feira.

8h20

Confirma-se: o trabalhista Ed Balls, ministro-sombra das Finanças, perdeu mesmo o lugar que ocupava em Morley e Outwood (Leeds) desde 2005 para a candidata dos tories, Andrea Jenkyns, depois de uma recontagem “acordada mutuamente” entre as duas partes. Jenkyns, uma professora de música, fez uma campanha que se destacou por se afirmar como uma “não política” – uma estratégia que saiu vencedora.

7h59

Já os trabalhistas não podem dizer o mesmo. Ken Livingstone, antigo presidente da câmara de Londres, diz que este é um “resultado trágico” para o partido e o “resultado mais deprimente desde 1992”.

7h55

David Cameron e a mulher, Samantha, têm mesmo razões para sorrir. Como diz Faisal Islam, editor político da SKY News, a confirmar-se a maioria para os Conservadores, esta é a primeira vez em 60 anos que um primeiro-ministro é reeleito com maior número de votos do que à primeira.

7h50

George Osborne, o até então ministro das Finanças, está a responder a perguntas dos jornalistas. Quando perguntado sobre como irá Cameron “manter a nação unida”, Osborne destacou a importância do resultado dos independentistas escoceses e garantiu que “há planos para mais atribuição de poderes à Escócia.” “Seria um erro desperdiçar isso”, diz.

7h46

Ainda não é certo se Nigel Farage, líder do UKIP, é eleito deputado ou não, mas já é certo que o resultado é uma desilusão para os independentistas. Segundo o professor Andrew Russell, da Universidade de Manchester, o problema não está só no partido, mas também no sistema eleitoral: “O UKIP está a ser castigado por ter um resultado muito espalhado em termos geográficos”, disse à BBC.

7h40

A líder dos Verdes, Caroline Lucas, agarrou com unhas e dentes o seu lugar em Brighton Pavilion e regressará a Westminster. Falta saber se o partido elegerá outro deputado ou não.

7h37

Segundo contam alguns jornalistas britânicos, parece que o trabalhista Ed Balls não será reeleito em Leeds. Ao que consta, o candidato pediu uma recontagem dos votos, por isso o resultado ainda não é certo. Melhores notícias para os trabalhistas em Hove, Chester e Dewsbury, onde conquistaram os lugares anteriormente pertencentes aos tories, graças aos candidatos Chris Matheson, Peter Kyle e Paula Sherriff.

7h30

O SNP quase que atingiu o que as melhores previsões lhe davam ao início da noite, tendo eleito 56 deputados confirmados até agora. É o domínio quase total (o número máximo de lugares que pode conquistar são 59).

7h19

Pois é. Com 568 dos 650 lugares na Câmara dos Comuns distribuídos, parece que os Conservadores estão mesmo colocados na pole position para conseguir uma maioria (têm atualmente 269 lugares garantidos).
A previsão da BBC diz isso mesmo, estimando que o partido de David Cameron conseguirá os 325 necessários. Mas, como já vimos esta noite, as previsões nem sempre acertam… Por isso é esperar para ver.

6h20

Desforra para o Partido Conservador: em Rochester and Strood, o seu ex-deputado Mark Reckless, que se passou para o UKIP no ano passado, perdeu hoje para a conservadora Kelly Tolhurst.

6h13

Já resta pouco por saber. Além, claro, dos números finais, colocam-se algumas questões:

1. Cameron atinge a maioria absoluta? E, se não, que acordos faz?

2. Nigel Farage, líder do UKIP, consegue ser eleito deputado?

3. Ed Miliband e Nick Clegg demitem-se?

4. Os verdes mantêm a deputada Caroline Lucas, em Brighton Pavilion? E acrescentam mais algum deputado?

Continuaremos atentos para responder a todas estas perguntas.

6h01

A nova previsão da BBC/Sky/ITV é:

Conservadores: 325

Trabalhistas: 232

SNP (nacionalistas escoceses): 56

Liberais: 12

DUP (unionistas norte-irlandeses): 8

Plaid Cymru (nacionalistas galeses): 3

UKIP: 2

Verdes: 1

Olhando para as percentagens de voto nacionais, com 470 deputados já anunciados, o panorama é:

Conservadores 33,4%

Trabalhistas 32,3%

UKIP 11,9%

Liberais: 7,7%

SNP 6,6%

Verdes 3,4%

A discrepância entre percentagem de votos e fatia de deputados é fruto do sistema eleitoral em círculos uninominais a uma só volta.
5h58

A BBC admite que os conservadores possam governar com maioria absoluta. As previsões da emissora pública britânica atribuem-lhes, agora, 325 deputados. A maioria absoluta atinge-se, matematicamente, com 326, mas na prática podem bastar 324. É que os nacionalistas republicanos irlandeses (Sinn Fein) não comparecem ao Parlamento, já que, ao tomar posse, teriam de jurar lealdade à rainha.

5h54

O secretário de Estado Tesouro, Danny Alexander, junta-se à lista de baixas liberais. Batido pelo nacionalista Drew Hendry no círculo de Inverness, Nairn, Badenoch & Strathspey, paga por ter sido membro do núcleo duro do Governo cessante, marcado pela austeridade.

5h44

O primeiro-ministro Cameron agradece aos votantes do círculo de Witney, que o reelegeram deputado. Depois de prestar homenagem aos mortos da II Guerra Mundial (no dia em que se celebra o 70.º aniversário da vitória aliada), frisou a “noite muito forte” do Partido Conservador e elogiou o trabalho do Governo cessante (o seu). Assumindo a pele de primeiro-ministro reconduzido, fez um discurso com tom de estadista. Prometeu um referendo à União Europeia, defendeu o estímulo ao crescimento económico e prometeu maior autonomia para a Escócia e o País de Gales, para que possa subsistir “uma nação, um Reino Unido”.

5h29

Vitoriosos, nem por isso os conservadores deixaram de ter perdas: a ministra do Emprego, Esther McVey, falhou a reeleição frente à trabalhista Margaret Greenwood.

5h26

No seu discurso, com uma expressão facial triste, Ed Miliband diz que a noite foi “dececionante”, pois o Partido Trabalhista não conseguiu ganhos suficientes em Inglaterra e Gales, tendo perdido para os nacionalistas na Escócia. Frisou a “grande responsabilidade” do próximo Governo na manutenção do Reino Unido, mas não falou sobre o seu futuro. Entretanto, crescem as vozes trabalhistas a exigir que se demita. Os resultados são piores do que os de Gordon Brown em 2010.

5h22

Ed Miliband, chefe dos trabalhistas, é reeleito por Doncaster North. Continuará deputado, mas não será primeiro-ministro e é incerto que se mantenha à frente do partido.

5h20

Charles Kennedy, ex-líder dos liberais e deputado há 32 anos pelo círculo escocês de Ross, Skye & Lochaber, foi derrotado pelo candidato do SNP, Ian Blackford. Confirma-se.a tendência para as figuras de proa dos Liberais Democratas ficarem sem assento.

5h18

Até este momento a abstenção é de 34,7%, mas a BBC dá conta de participações altas na Escócia, onde o nacionalista SNP conseguiu mobilizar os eleitores.

5h02

E agora são os conservadores quem consegue um lugar na Escócia, mantendo o que já tinham em Dumfriesshire, Clydesdale and Tweeddale, representado por David Mundell. Com cada um dos grandes partidos com um deputado, os nacionalistas escoceses podem chegar, agora, a 56.

4h56

Boris Johnson admite que os resultados do Partido Nacional Escocês (SNP) obrigam a repensar o Reino Unido, que só sobreviverá se adotar uma “estrutura federal”.

4h52

Nick Clegg, líder dos Liberais Democratas e vice-primeiro-ministro. conseguiu a reeleição pelo círculo de Sheffield Hallam, numa noite que de resto foi trágica para o seu partido. “É dolorosamente claro que foi uma noite triste para os Liberais Democratas”, afirmou, sem se referir, por enquanto, ao futuro do Governo ou da sua liderança. A participação do partido na coligação com os conservadores desde 2010, que obrigou os liberais a quebrar muitas promessas, custou-lhes popularidade. Várias grandes figuras não foram reeleitas para o Parlamento.

4h42

Prémio de consolação para os trabalhistas na Escócia: mantêm o deputado Ian Murray por Edimburgo Sul. Poderá bem ser o único. O teto dos nacionalistas do SNP passa a ser de 57 deputados.

4h39

Os liberais perderam mais um bastião, Twickenham. O ministro da Economia, Vince Cable, deputado desde 1997, foi derrotado pela conservadora Tania Mathias. “Foi uma noite terrível para o nosso partido”, afirmou. As principais figuras do partido de Nick Clegg no Executivo têm sido derrotadas. Falta saber a sorte do líder.

4h35

Boris Johnson, uma das figuras mais emblemáticas do Partido Conservador e presidente da Câmara de Londres, foi eleito deputado por Uxbridge & South Ruislip. Johnson, que já esteve no Parlamento entre 2001 e 2008, ano em que passou a presidir aos destinos da capital, é visto como potencial sucessor de David Cameron. Sê-lo-ia, provavelmente, já hoje se o primeiro-ministro conservador não tivesse ganho as eleições.

4h32

Balanço de deputados já atribuídos (260)

Conservadores 76

Trabalhistas 112

SNP (nacionalistas escoceses) 46

Liberais Democratas 4

UKIP (eurocéticos) 1

DUP (unionistas norte-irlandeses) 8

Plaid Cymru (nacionalistas galeses) 3

SDLP (sociais-democratas norte-irlandeses) 2

Independente 1

UUP (unionistas norte-irlandeses) 1

Sinn Féin (republicanos irlandeses) 3

4h18

Seis horas após o fecho das urnas, o eurocético UKIP (Partido da Independência) consegue o primeiro deputado. É Douglas Carswell, que já representava o partido depois de ter abandonado os conservadores em 2014. Poderá ser o único, já que o líder do UKIP, Nigel Farage, enfrenta uma eleição difícil em South Thanet.

4h12

O secretário de Estado da Justiça, Simon Hughes (libera) perde o lugar de deputado por Bermondsey & Old Southwark, em Londres, para o trabalhista Nick Coyle. Representava o círculo há 32 anos. Começa a ser difícil perceber quem serão os liberais no Governo caso Cameron e Clegg (ou outro líder) reeditem a coligação.

4h08

Nick Clegg, líder liberal democrata e vice-primeiro-ministro, chegou de rosto fechado ao centro de contagem de Sheffield Hallam, onde concorre a uma incerta reeleição.

4h00

Os nacionalistas não vão ter todos os deputados na Escócia: os liberais conseguiram manter o círculo de Orkney & Shetland, representado por Alistair Carmichael, que tinha a pasta da Escócia no Governo cessante.

3h48

Outro derrotado da noite é George Galloway, o carismático deputado por Bradford West que era o único eleito do partido Respect. Foi batido pela trabalhista Naz Shah.

3h40

Cameron, que quase de certeza continuará no poder, prometeu um referendo sobre a União Europeia até 2017. Essa promessa, aliada aos resultados de hoje, reaviva os riscos de Brexit (neologismo para a saída do Reino Unido da UE) e, por conseguinte, de novas movimentações separatistas na Escócia. É que os escoceses são bem mais europeístas do que os restantes britânicos e os nacionalistas podem usar esse argumento para voltarem a tentar conquistar a soberania.

3h26

A desgraça trabalhista na Escócia não tem fim. Agora foi Margaret Curran a perder o lugar para o SNP. Ed Miliband queria pôr esta candidata no cargo de ministra para a Escócia caso governasse. Nalguns dos círculos escoceses mais de 30% do eleitorado trocou os trabalhistas pelo SNP.

3h21

Eis um dado relevante para o futuro do Partido Trabalhista: Chuka Umunna, ministro-sombra da Economia, foi reeleito por Streathem. É um dos nomes mais falados para suceder a Ed Miliband após o desaire de hoje.

3h11

O líder dos trabalhistas na Escócia, Jim Murphy, também perdeu o seu lugar de deputado para o SNP em East Renfrewshire. Ocupava-o há 18 anos. Tão-pouco deve manter a liderança regional do partido.

3h00

Balanço de deputados já atribuídos (75)

Conservadores 16

Trabalhistas 28

SNP (nacionalistas escoceses) 18

Liberais Democratas 1

DUP (unionistas norte-irlandeses) 6

Plaid Cymru (nacionalistas galeses) 2

SDLP (sociais-democratas norte-irlandeses) 1

Independente 1

UUP (unionistas norte-irlandeses) 1

Sinn Féin (republicanos irlandeses) 1

RE

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