Cavaco diz que “retórica de ataque” aos mercados é “erro”

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O Presidente da República recusou hoje qualquer “retórica de ataque aos mercados internacionais”, considerando que é um “erro” que prejudica a economia portuguesa, mas sobre um eventual recurso ao FMI disse apenas esperar que não seja necessário.

“A retórica de ataque aos mercados internacionais não cria um único emprego, nós devemos fazer o trabalho que nos compete por forma a reduzir a nossa dependência do financiamento externo sempre com uma grande preocupação de distribuir com justiça os sacrifícios que são pedidos aos portugueses”, afirmou o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas, no final do 4º Encontro da Rede PME Inovação COTEC, que decorreu em Lisboa.

Interrogado sobre como poderá o país “aguentar-se” no curto prazo com os juros da dívida portuguesa a rondarem os sete por cento, o chefe de Estado insistiu que “não compensa absolutamente nada para a economia portuguesa e para o emprego em Portugal estabelecer uma retórica de ataque às posições dos mercados”.

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“É um erro, devemos sim trabalhar, trabalhar para aumentar a competitividade da nossa economia, fazer aquilo que estas Pequenas e Médias Empresas inovadoras estão a fazer e outra pelo país fora, porque é este o caminho, não é o caminho das ilusões, nem o caminho das utopias”, defendeu.

Pois, acrescentou, o “caminho da retórica” e de “ataque aos mercados” pode dar títulos de jornais, notícias na televisão ou na rádio, “mas não resolve um único problema do nosso país”.

Cavaco Silva escusou-se, contudo, a responder diretamente se fará sentido Portugal recorrer à ajuda do FMI se os juros da dívida portuguesa chegarem passarem os sete por cento dizendo apenas esperar que tal não seja necessário.

“Espero que não seja necessário é o que eu posso dizer”, repetiu sempre perante a insistência dos jornalistas.

Questionado se considera que os mercados estão a “exagerar”, o Presidente da República voltou a recusar entrar “nessa retórica”, reiterando que é negativa para Portugal.

“Eu defendo acima de tudo os interesses de Portugal e, portanto, ninguém conte comigo para prejudicar o país numa retórica desnecessária e numa retórica que é absolutamente negativa para o emprego no nosso país”, declarou.

Cavaco Silva escusou-se também a responder se terá sido um erro o ministro das Finanças estabelecer a barreira dos sete por cento para recorrer à ajuda do FMI, sublinhando que “a única barreira está no trabalho que ainda não fizemos e temos de fazer”.

“É só aí que devemos olhar, o resto não cria, repito, um único emprego e não vale a pena perder tempo com aquilo que os mercados estão ou não a fazer no chamado mercado secundário, porque há muitas gente que confunde aí o mercado secundário com o mercado primário e é o mercado primário que acima de tudo interessa neste momento para Portugal”, realçou.

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