O Presidente da República apelou esta quarta-feira à noite aos partidos para que evitem “querelas artificiais e controvérsias estéreis” durante o período da campanha eleitoral para as eleições europeias, que marcou para o próximo dia 25 de maio.
Cavaco Silva, que falava numa comunicação sobre as eleições para o Parlamento Europeu, sustentou que “os cidadãos têm o dever de ser esclarecidos e informados sobre as diversas alternativas”, pelo que é essencial que exista um “verdadeiro debate de ideias, em vez de uma mera troca de acusações e ataques”.
“Um agravamento da crispação partidária poderá prejudicar entendimentos que se venham a revelar indispensáveis no futuro”, sublinhou o Presidente, que referiu ainda o facto destas eleições decorrerem num momento “muito complexo da vida nacional”, isto é, logo a seguir ao fim do programa de ajustamento.
“Em breve, Portugal tem de definir com clareza que linha de rumo irá seguir após a conclusão do programa de assistência”, pelo que as “diferentes forças partidárias devem apresentar soluções e debater entre si as suas propostas, de forma livre e responsável”.
Durante a sua intervenção, Cavaco Silva lembrou a importância deste mandato do Parlamento Europeu, até porque “as decisões tomadas nas instâncias europeias condicionam e influenciam profundamente a vida dos portugueses”.
“É fundamental, por isso, que os portugueses participem de forma ativa nestas eleições”, afirmou.
Sobre as questões que o próximo Parlamento irá debater, o Presidente referiu a negociação da nova parceria transatlântica com os Estados Unidos, o reforço da união económico-monetária – e em particular a união bancária -, o aprofundamento das políticas económicas, o aumento da competitividade dos Estados-membros e a criação de instrumentos de dívida comum.
“Neste contexto, a Europa deve assumir como prioridades o crescimento económico, o combate ao desemprego e a coesão social”, disse ainda Cavaco, para quem nos próximos anos se tornará “ainda mais premente o debate sobre o aprofundamento da livre circulação de pessoas, a definição de uma nova política europeia de imigração e o combate às alterações climáticas”.
A escolha do presidente da Comissão Europeia e a composição desta são outros dos temas mencionados por Cavaco, que vê como “cruciais para o futuro da Europa e do nosso País”. ” O futuro da Europa é o futuro de Portugal”, concluiu.
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