CDU acusa PS de não resolver falta de médicos no Algarve

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João Oliveira começou o dia no Centro de Saúde de São Bartolomeu de Messines, no concelho de Silves, o único município da CDU no distrito de Faro. 

Há cartazes afixados em frente a esta unidade de saúde, mas é o nome de João Ferreira que aparece. A pandemia é mais rápida do que a reimpressão de cartazes e a tarefa de cumprir a agenda do secretário-geral do PCP na campanha eleitoral é agora do líder parlamentar comunista. 

Neste centro de saúde a comunicação entre médicos e utentes é um dos principais problemas. Quem o diz é Domingues Gonçalves, de 84 anos, ou como disse na brincadeira: “Tenho 48 anos”. 

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O utente desta unidade de saúde abordou o dirigente comunista no final de um encontro com a população desta freguesia. Queixou-se de que aqui só há dois médicos para uma população de pouco mais de 8.000 habitantes, de acordo com os resultados provisórios dos censos de 2021. 

E dos dois médicos, apenas um fala português, o que leva a maioria da população a escolhê-lo, sobrecarregando este profissional de saúde. Médicos de família não há, relataram também vários populares ao longo desta iniciativa de campanha eleitoral. 

“A realidade é um murro no estômago”, considerou João Oliveira, depois de ouvir todos os testemunhos, e o Algarve, prosseguiu, é uma região do país onde os médicos não se querem fixar por falta de incentivos do Governo PS. 

Face a esta carência, continuou, o que o executivo liderado por António Costa fez foi “transferir para cima das costas” de familiares os cuidados de saúde. 

O que a CDU propõe, em contrapartida, é a criação de medidas de incentivo para jovens médicos, que permitam que concluam a formação em regiões como o Algarve e depois tenham outros apoios para se fixarem, nomeadamente, o apoio à natalidade e à habitação, assim como carreiras atrativas. Foi esta a opção que João Oliveira colocou em cima da mesa. 

João Oliveira diz que Costa está “a fugir” ao apelo a convergência  

O dirigente comunista João Oliveira defendeu hoje que o secretário-geral do PS, António Costa, está “a fugir” ao “apelo direto” feito pelos comunistas sobre a convergência entre os dois partidos depois das eleições legislativas. 

“É verdade que António Costa e o PS continuam a fugir a esse apelo direto que foi feito da nossa parte, de dizerem claramente se recusam ou não a convergência com a CDU”, disse João Oliveira, no final de uma ação de campanha eleitoral em frente a um centro de saúde, em São Bartolomeu de Messines, concelho de Silves (CDU), no distrito de Faro. 

Essa convergência, alertou o dirigente comunista, é não só para impossibilitar a constituição de um Governo de direita, mas também para encontrar as respostas de que o país necessita. 

“Essa fuga à resposta e essa fuga ao desafio do PS encaixa na estratégia de tentar obter uma maioria absoluta”, completou. 

O também líder parlamentar do PCP desde 2013 considerou ainda que o PS “definiu como objetivo retirar deputados à CDU”. 

Os socialistas apenas conseguem alcançar a maioria absoluta ‘roubando’ deputados a outras forças políticas, sustentou, daí haver uma intenção declarada de o PS em conseguir eleger no dia 30 os três deputados pelo distrito de Évora, onde João Oliveira é novamente o cabeça de lista. 

No entanto, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP não está preocupado com a possibilidade de falhar a eleição pela primeira vez desde 2005. João Oliveira reiterou que essa decisão cabe aos portugueses quando forem às urnas, mas disse estar confiante no trabalho que está a ser desenvolvido pela CDU naquele círculo eleitoral, mesmo sem a principal figura da coligação naquele distrito. 

João Oliveira está a substituir o secretário-geral do PCP até ao início da próxima semana, enquanto Jerónimo de Sousa está a recuperar de uma cirurgia de urgência à carótida interna esquerda a que foi submetido em 13 de janeiro. 

A campanha eleitoral da CDU começou por ser dividida com João Ferreira e o partido previa que o antigo eurodeputado comunista assumisse por inteiro a agenda do secretário-geral, enquanto João Oliveira prosseguiria com a campanha pelo distrito de Évora, por onde volta a ser o cabeça de lista. 

No entanto, João Ferreira contraiu a covid-19 no início da semana e teve de abandonar a ‘volta’ da CDU. 

Nas legislativas de 2019, a Coligação Democrática Unitária (CDU) – que integra o PCP, o PEV e a Associação Intervenção Democrática – elegeu 12 deputados (dez do PCP e dois do PEV) e obteve 6,33% dos votos, ou seja, 332.473 votos (de um total de 5.251.064 votantes), menos 113.507 do que em 2015, de acordo com o Ministério da Administração Interna (MAI). 

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