Centeno diz que cooperação tem outro sentido urgente com guerra

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O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse que “a cooperação ganha outro sentido de urgência com a invasão da Ucrânia pela Rússia”, alertando que as condições macroeconómicas estão piores do que há um ano.

“A cooperação ganha outro sentido de urgência com a invasão injustificada da Ucrânia pela Rússia”, vincou Mário Centeno, na abertura do 32.º Encontro de Lisboa dos bancos centrais dos países de língua portuguesa.

“As projeções para a atividade económica, inflação e comércio internacional são piores do que há um ano, e desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia observa-se a saída acentuada de capitais das economias emergentes e em desenvolvimento, com a consequente degradação para os países mais vulneráveis e importadores de matérias-primas”, como é o caso da maioria dos países lusófonos africanos.

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Na intervenção de abertura, Mário Centeno salientou o papel dos bancos centrais na estabilidade financeira e macroeconómica, e alertou para as “depreciações cambiais, como reforço das pressões inflacionistas, que afeta as dívidas externas”.

Para o antigo ministro das Finanças natural do Algarve, a reação dos bancos centrais às novas condições económicas tem de ser pautada pela “prudência” e pela gradualidade da resposta, sob pena de haver um exagero na reação dos reguladores financeiros.

“A normalização da política monetária é desejável e necessária no contexto europeu; as decisões dos bancos centrais devem ser graduais e pautar-se pela flexibilidade”, afirmou, acrescentando que “os custos da política monetária agressiva superam os benefícios”.

A resposta dos reguladores, salientou, “não podem ser fator de instabilidade” nem deve haver uma sobre reação, porque “será pior se as decisões tiverem de ser corrigidas pouco depois”.

Na intervenção de abertura, Mário Centeno lembrou o “número histórico” de ações de cooperação no ano passado, 174, com mais de mil participantes externos de quase 40 instituições.

“A cooperação tem vindo a alargar-se a novos temas e necessidades, como as alterações climáticas, a transição digital, e explorámos potencialidades da tecnologia remota para alargar a nossa ação, que não se reduziu com a pandemia, antes pelo contrário, aumentou, quer na abrangência de temas, quer no número de parceiros e de ações”.

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