Como se sente uma vítima de crime?

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Um vídeo de acolhimento recebe o visitante: “Qualquer pessoa pode ser vítima de crime”. Depois, a informação no site ABC Justiça aparece distribuída em vários blocos, que, de pergunta em pergunta, vão explicando coisas como: “Há pessoas que depois de um crime ficam muito afetadas e perturbadas e outras que ultrapassam um pouco melhor a situação. São reações temporárias, o que significa que a vítima não se vai sentir, pensar e comportar dessa forma para sempre.

As possíveis reações de uma vítima são também enumeradas – “sentir pânico intenso e insegurança” é uma delas -, mas as questões vão muito além do simples elencar dos tipos de crime. Há respostas claras sobre “o que fazer?”, “o que é o processo sumário?”, quem é o juíz, o arguido ou o técnico de apoio à vítima, incluindo a explicação dos vários direitos. Exemplos: “Se não te sentires em condições de compreender tudo aquilo que te vai ser dito, podes pedir que a informação te seja transmitida na presença de outra pessoa” ou “é direito da vítima de crime ser protegida de todos os atos que possam colocar em causa o seu bem-estar físico e emocional, segurança e privacidade devido à sua participação no processo crime.

ABC Justiça, o projeto que a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) lança esta quarta-feira, nasceu a pensar nos jovens entre os 12 e os 18 anos. Nele é possível encontrar informação “essencial, mas sem ser maçuda” sobre o funcionamento do sistema de justiça penal e dos direitos das vítimas de crimes.

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Organizado em quatro eixos – impacto de um crime; direitos das vítimas; como decorre um processo crime; quem são os agentes envolvidos na Justiça -, o site pretende “disponibilizar informação em quantidade e com qualidade, de forma simples, clara e adaptada às faixas etárias a que se destina”, explica Frederico Moyano Marques, da APAV.

Sessões nas escolas

“Reconhecemos que há uma falta de informação sobre estas questões, o que queremos colmatar”, diz ao Expresso Frederico Marques. A aposta digital é apenas uma das vertentes, já que “para além do site a APAV tem realizado sessões em várias escolas pelo país”.

Quanto à presença online, o modelo é inspirado em alguns outros sites internacionais e foi desenvolvido no âmbito do Projeto ABC Justice, promovido pela APAV e cofinanciado pelo Alumni Engagement Innovation Fund, do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América, através da Embaixada dos EUA em Lisboa.

Segundo Frederico Marques, o site tem vídeos, jogos, informação sobre serviços de apoio existentes, remete para links úteis e inclui um glossário.

O ABC Justiça é oficialmente apresentado esta quarta-feira, pelas 11h00, na Casa Pia de Lisboa.

RE

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