José Vitorino, presidente da Junta de Freguesia da Conceição (Tavira), em entrevista ao Jornal do Algarve
Como encontrou a freguesia quando assumiu funções?
No ano de 1993 quando cheguei à Junta, encontrei uma autarquia com pouca mobilidade e falta de visão de futuro, carência de meios e recursos humanos para fazer face aos anseios da população, nas mais diversas áreas. A Junta dispunha de um “dumper” e três funcionários, num território cuja área ronda os 68 quilómetros quadrados. Atualmente dispomos de sete viaturas e 10 funcionários, três deles destacados da Câmara Municipal.
O que é que mudou com o novo executivo da Junta?
Felizmente muita coisa mudou. Começámos por ordenar a casa, criar um quadro de pessoal, aquisição de equipamentos. Traçámos um plano de trabalho nas mais diversas áreas, do qual são exemplo a atribuição de nomes de ruas, colocando placas toponímias, números de polícia nas portas, obras na sede da Junta, rede de transportes sociais, construção de infraestruturas desportivas, abrigos para contentores ecopontos e para passageiros, sinalização, conservação e ampliação da rede viária. Criámos um calendário de eventos e apoiamos o associativismo.
Quais as obras de maior relevância feitas nos últimos anos?
Trata-se de um leque vasto de obras que realizámos nos últimos anos. Construção de polidesportivo e de casa mortuária, ampliação do cemitério, camarim e palco no parque de lazer, pavimentação dos principais eixos rodoviários, estradas da Malhada do Peres, Cabeço do Boi, Almargem, Estorninhos, Castelos e Champana, saneamento e água potável na zona serrana, alargamento do ramal de água aos núcleos do Alvisquer e Almargem, entrega de casas de habitação social, abertura de furos para captação de água, construção de passagens submersíveis, entre outros.
O que é que faz mais falta à freguesia neste momento?
Neste momento está em construção um centro de dia e creche, uma nova Escola E.B. nº1 comum às freguesias da Conceição e Cabanas, requalificação da principal artéria da aldeia, rua 25 de Abril e suas envolventes, construção de armazém para a Junta e alargamento da rede saneamento básico.
Que medidas têm sido tomadas para apoiar a população nestes tempos de crise?
Confesso que a freguesia não dispõe de pessoas com grande carência social, no entanto acompanhamos de perto essa situação e encaminhamos os casos mais relevantes para a Câmara Municipal.
Como perspectiva o futuro da freguesia?
O futuro não se avizinha risonho. Claro que tem tudo a ver com a conjuntura atual. No entanto temos que ser ambiciosos, manter o apoio aos nossos idosos na área social, melhorar as acessibilidades e desenvolver esforços no sentido de aumentar o número de residentes fixos.
Que locais aconselha visitar na freguesia?
A freguesia é muito dispersa, composta por três grandes núcleos: aldeia, barrocal e zona serrana. Os locais de maior interesse são: igreja paroquial, as casas típicas, os moinhos, miradouros, parque de lazer inserido no perímetro florestal da Conceição e a boa gastronomia serrana.
Deixe uma frase à população da freguesia?
Entendo que as juntas de freguesia são, atualmente, o motor de desenvolvimento do atual modelo politico, a força do poder local desempenhando um papel preponderante à população que cada um representa. Sinto que ao longo destes 17 anos como autarca, trabalhando com varias equipas no executivo da junta, conseguimos pôr em prática os grandes anseios da população, para que a nossa freguesia seja hoje reconhecida pela população e entidades, servindo como um exemplo do desenvolvimento do poder local.