Construtora brasileira desiste de investir 300 milhões no concelho

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Empresa de construção brasileira desiste do Algarve por falta de resposta da CCDR

O presidente da Câmara de Vila Real S. António (VRSA) revelou que a principal empresa de construção brasileira desistiu de investir 300 milhões de euros no concelho por falta de resposta da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.

Luís Gomes defendeu que Portugal não precisava do Fundo Monetário Internacional (FMI) se os projetos de investimento fossem aprovados em tempo útil, afirmando que a empresa brasileira Odebrecht queria fazer um “investimento turístico inovador” no concelho, mas a oportunidade perdeu-se porque a CCDR está há três anos para tomar uma posição sobre o mesmo.

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“Desde 2008 ou 2007, a maior empresa de construção brasileira e uma das maiores do mundo, a Odebrecht, comprou um terreno para colocar um projeto turístico inovador acima da Via Infante (A22) – queria investir 300 milhões de euros, e já se foi embora, porque ainda está à espera de uma decisão da Administração Central, da CCDR”, lamentou.

O autarca considerou, por isso, que não vale a pena o primeiro-ministro, José Sócrates, e a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, pedirem aos investidores brasileiros para apostar em Portugal, quando depois “não há respostas” da Administração Central desconcentrada.

Luís Gomes frisou que o concelho que dirige “tem um contributo de investimento para dar ao Algarve de mil milhões de euros, o que representa 13 ou 14 por cento do Produto Interno Bruto da região”, mas tem esses projetos no papel por falta de decisões dos organismos competentes.

“Se hoje houvesse um político com coragem e fosse a todas as regiões do país colocar fora das gavetas os projetos que estão parados e fizéssemos as contas ao que representam em postos de trabalho e criação de riqueza, os anteriores políticos tinham que ter vergonha do que andaram a fazer, porque se calhar não era preciso termos cá o FMI”, afirmou.

Luís Gomes (PSD) criticou o sistema de Ordenamento do Território vigente e disse ser favorável a uma revisão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Vilamoura/VRSA e do Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve (PROTAL), que no âmbito dos Núcleos de Desenvolvimento Turístico “apenas concedeu 600 camas turísticas ao concelho” para os próximos 10 anos.

O também presidente do PSD/Algarve considerou que Portugal tem “condições estratégicas” mas “não tem uma política de produção, uma política de crescimento económico” que lhe permita inverter a tendência de recessão.

“Andou-se a viver de um mercado financeiro que ninguém lhe conhece o rosto e apenas produziu desequilíbrios e extremos e os portugueses que não contribuíram para estas loucuras e leviandades modernistas é que vão ter que pagar a dívida que estamos agora a negociar com o FMI”, criticou.

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