Costa afirma que Portugal vai entrar em 2023 menos condicionado pelos mercados

Para António Costa é muito importante Portugal sair deste ano com "um défice melhor e com uma dívida menor do que as melhores expectativas”

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O primeiro-ministro afirmou que Portugal vai entrar em 2023 menos condicionado financeiramente, apesar da conjuntura internacional difícil, e frisou não querer repetir o preço elevado que o país pagou por ter estado exposto aos mercados.

“Já provei que não estou cansado”, declarou António Costa no fim do discurso de 23 minutos que proferiu no jantar de Natal do Grupo Parlamentar do PS, perante cerca de uma centena de deputado e mais de uma dezena de membros do seu Governo.

Após discursos do líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, e do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, António Costa escolheu como ideia central a questão relativa à necessidade de Portugal baixar o défice e a dívida ao longo dos próximos anos, sobretudo, agora, numa conjuntura de elevada inflação resultante dos efeitos da guerra na Ucrânia.

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“Temos de manter esta trajetória, porque não podemos eliminar os fatores de incerteza. Quando o cenário é de incerteza, tornar-se fundamental manter as certezas. E a primeira certeza é a de manter o rumo do nosso programa, a certeza da boa gestão das finanças públicas e a certeza de honrar os compromissos assumidos”, declarou António Costa.

Para António Costa é muito importante Portugal sair deste ano “com um défice melhor e com uma dívida menor do que as melhores expectativas”.

“Chama-se gerir com prudência. E vamos poder encarar a incerteza do próximo ano sabendo que estaremos menos condicionados do que estaríamos se este ano não tivéssemos controlado o défice, ou se este ano a dívida tivesse continuado a aumentar”, disse.

De acordo com António Costa, se Portugal fechar mesmo este ano com uma divida no rácio do produto já melhor do que a de Espanha e a aproximar-se de França, então o país que ficará “com uma outra tranquilidade”.

“Não nos esquecemos do que é estarmos expostos aos mercados. O preço que o país pagou foi muito levado e não queremos repetir. Temos de manter esta trajetória”, declarou, recebendo então uma prolongada salva de palmas com estas alusão ao período de assistência financeira entre 2011 e 2014.

“Quando ouvimos as notícias de que as taxas de juro vão aumentar, ou que o Banco Central Europeu (BCE) vai diminuir a compra de dívida pública, para não vivermos angustiados temos de ter uma determinação muito firme de continuar a reduzir sustentadamente a nossa dívida e de estarmos menos expostos a essa volatilidade”, sustentou.

Uma vez mais, o primeiro-ministro voltou a defender a tese de que o equilíbrio macroeconómico é fundamental para a existência de políticas redistributivas de justiça social.

Segundo o líder do executivo, “não fosse o excedente orçamental de 2019 e não teria sido possível responder com a robustez com que se respondeu na crise da covid-19”. 

“E não fosse a boa gestão das finanças públicas que temos continuado a fazer, não teríamos este ano capacidade de cumprir tudo o que nos comprometemos com os portugueses e ainda termos sucessivamente adotado medidas para mitigar o impacto brutal da inflação”, advogou.

António Costa desenvolveu depois este ponto e assinalou: “Este ano, em medidas extraordinárias, já gastámos tanto como as medidas extraordinárias que tivemos de gastar para fazer face à covid-19”.

“Conseguimos fazer isso sem aumento de impostos”, realçou.

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1 COMENTÁRIO

  1. Este senhor convenceu-se que, sob o “guarda-chuva” da maioria absoluta do Partido que sustenta o seu Governo, na Assembleia da República, se pode permitir, com um descaramento e uma desfaçatez tais, que roçam o obsceno e o desprezo pelos Portugueses, branquear todos os atropelos e irregularidades (para ser eufemista), algumas delas bem graves, que são cometidas, à sombra da sua governação.

    São várias já as situações, mas citarei apenas uma e cometida por decisão dele próprio, António Costa.
    Refiro-me ao verdadeiro golpe baixo na Separação de Poderes, que atinge em pleno o carácter sigiloso da Justiça e a sua liberdade de funcionamento, que se consubstanciou na retirada da tutela da Polícia Judiciária, quer da Interpol, quer da Europol, polícias que controlam as informações sobre os grandes crimes ultra-nacionais, colocando-as sob a alçada do seu Governo.

    É absolutamente lícita a pergunta que faço como cidadão deste país :
    Para quê esta mudança ?
    A resposta, mais do que óbvia, deixo a cada um, para que a faço, no seu foro íntimo.

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