Duas das maiores cadeias de moda a operar na Europa, a sueca H&M e a britânica Next, detetaram que fornecedores seus estão a forçar crianças da Síria a trabalhar em fábricas da Turquia. A notícia é avançada pelo “The Independent”, com base numa denúncia da organização sem fins lucrativos Business and Human Rights Resource Centre (BHRRC).
Responsável por monitorizar a área da responsabilidade social das empresas, a organização apontou esta semana num relatório que as duas marcas foram das poucas a assumir e a fazer algo em relação à descoberta de que fornecedores seus estão a explorar e escravizar crianças refugiadas na Turquia — o país do mundo que mais sírios já acolheu desde o início da guerra civil em março de 2011, mais de 2,5 milhões de pessoas.
A Turquia é, juntamente com o Bangladesh, a China e o Camboja, um dos maiores produtores de roupa, albergando no seu território dezenas de fábricas de multinacionais como a Burberry, Topshop, Asos e Marks & Spencer. As conclusões do BHRCC foram divulgadas na mesma semana em que a Europol alertou para o facto de mais de dez mil crianças refugiadas terem desaparecido na Europa em dois anos desta crise humanitária.
Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)