Daniel Martínez vence 49.ª edição da Volta ao Algarve

A vitória de Martínez, perfeitamente discreto nesta ‘Algarvia’, foi um verdadeiro anticlímax

ouvir notícia

- Publicidade -spot_img

A consistência de Daniel Martínez (INEOS) tornou-o no domingo, dia 19 de fevereiro, vencedor da 49.ª Volta ao Algarve em bicicleta contra a vontade da sua equipa, que preferia ver de amarelo o ‘vice’ Filippo Ganna, terceiro num contrarrelógio ganho por Stefan Küng.

Se o triunfo do vice-campeão mundial da especialidade na sua ‘querida’ Lagoa não foi nenhuma surpresa, o mesmo não se pode dizer da conquista de Martínez, que, sem ninguém dar por ele, contrariou o plano (e a preferência) dos diretores da INEOS e negou a expectável vitória a Ganna por apenas dois segundos.

“Para toda a gente na equipa, o Filippo era o favorito número um para ganhar a geral, e era OK. Dia após dia, fui-me sentindo melhor, mas isto hoje foi uma grande surpresa para mim”, reconheceu o colombiano de 26 anos, depois de surpreender tudo e todos com um ‘salto’ de seis posições na geral, graças ao quarto lugar na última etapa, a 16 segundos de Küng.

- Publicidade -

A vitória de Martínez, perfeitamente discreto nesta ‘Algarvia’, foi um verdadeiro anticlímax: o três vezes campeão colombiano de contrarrelógio (2019, 2020 e 2022) perdeu apenas seis segundos para o seu companheiro de equipa e ‘estragou’ a festa ao italiano, visivelmente dececionado por ter visto escapar aquela que seria a sua primeira vitória na geral de uma corrida por etapas.

Tão desapontado como o recordista da Hora estava João Almeida (UAE Emirates), o português que caiu do terceiro para o sexto posto da geral, depois de ter sido apenas 13.º no contrarrelógio da última etapa, a 1.12 minutos do suíço da Groupama-FDJ.

Os 24,4 quilómetros do contrarrelógio de Lagoa provocaram uma verdadeira revolução na geral, da qual só se ‘salvou’ Ilan van Wilder (Soudal Quick-Step) – segurou o pódio, ficando em terceiro, a 15 segundos de Martínez, -, com Thomas Pidcock (INEOS) a despir a amarela, depois de ter descido ao sétimo lugar, e Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty) a terminar em 10.º.

A saída dos primeiros ciclistas para a estrada foi acompanhada de uma chuva miudinha, mas persistente, capaz de tornar perigoso um percurso já de si técnico, que nesta edição ‘ganhou’ 4,1 quilómetros relativamente ao desenho tradicional – igual entre 2018 e 2021.

O melhor tempo foi caindo sucessivamente à medida que os ciclistas mais bem posicionados na geral foram concluindo o seu ‘crono’, com Kasper Asgreen (Soudal Quick-Step), vencedor do contrarrelógio de Lagoa em 2021 e ‘rei’ da montanha desta edição, a estabelecer a primeira grande referência.

Mas os 31 minutos exatos do dinamarquês foram só a primeira grande marca: seguiram-se-lhe na ‘cadeira quente’ Mathias Vacek (Trek-Segafredo), Nils Politt (BORA-hansgrohe), Thymen Arensman (INEOS), Rémi Cavagna (Soudal Quick-Step), até Stefan Küng pulverizar o tempo de todos, com uns ‘supersónicos’ 29.34 minutos.

Vencedor do contrarrelógio de Lagoa em 2019, o suíço da Groupama-FDJ não mais foi destronado, sendo percetível, até nos pontos intermédios, que o favorito Ganna, duas vezes campeão mundial, ou o atual camisola arco-íris Tobias Foss (Jumbo-Visma), que foi quinto na etapa e quarto na geral, não iriam bater o seu tempo.

“Eu gosto muito desta corrida. A Volta ao Algarve é a corrida perfeita para começar a temporada. Tinha excelentes memórias deste contrarrelógio, sabia à partida que me era favorável e estou muito feliz por conquistar esta vitória, que também é a primeira desta época para a nossa equipa”, admitiu Küng, que acabou na quinta posição da geral.

Com vento à mistura, o permanente sobe e desce nas ‘artérias’ de Lagoa demonstrou ser um desafio para os homens da geral, nomeadamente para Pidcock, que, apesar de ter iniciado a sua luta contra o cronómetro já sem chuva, saiu em frente numa curva, perdendo tempo precioso para as contas da geral.

Dececionante foi também a prestação de Jai Hindley e da ‘sua’ BORA-hansgrohe, derrotada em toda a linha, já que também Sergio Higuita perdeu 1.45 minutos no ‘crono’ e os dois acabaram fora do top 10 – o colombiano foi 11.º e o campeão em título do Giro apenas 13.º.

Entre as equipas portuguesas, Joaquim Silva (Efapel) foi o melhor, no 32.º lugar, a 6.12 minutos de Martínez, o sucessor do ‘estelar’ Remco Evenepoel no historial de vencedores.

- Publicidade -
- Publicidade -spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.