Disparos mantêm-se em Kiev apesar do acordo anunciado

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A capital ucraniana viveu esta semana um período de máxima violência

Apesar do acordo político alcançado esta madrugada na Ucrânia, a agitação continua em Kiev, no último dia de uma semana sangrenta que já causou 75 mortos.

Repórteres da AP relataram ter ouvido disparos esta manhã, perto da Praça da Independência, onde se mantêm algumas centenas de manifestantes. Os jornalistas sublinhando desconhecer a origem e autoria dos disparos.

A presidência ucraniana anunciou hoje que o Governo e a oposição chegaram a um acordo político para resolver a crise no país, que nos últimos dias enfrentou a maior violência após três meses de protestos.

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“As negociações sobre a crise política na Ucrânia entre o Presidente Viktor Ianukovitch, os líderes da oposição e os representantes da União Europeia e da Rússia terminaram. As partes aceitaram iniciar um acordo. A assinatura do documento está marcada para as 12h” (10h em Lisboa), pode ler-se num comunicado no site oficial da presidência ucraniana.

Segundo o “Kyiv Post”, o acordo foi alcançado às 7h20 locais (5h20 em Lisboa) e pressupõe a realização de eleições antecipadas, um Governo de coligação e uma reforma constitucional.

Oposição não comenta acordo

Apesar do anúncio da presidência, a oposição mantém-se em silêncio, optando por não comentar o acordo.

Fontes diplomáticas, citadas pela Reuters, referem que o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão Frank-Walter Steinmeier e os seus homólogos de França e da Polónia, Laurent Fabius e Radoslaw Sikorsk, respetivamente, descreveram as negociações como “muito difíceis.”

O último balanço oficial aponta para 75 mortos vítimas dos confrontos entre os manifestantes e as autoridades na Praça da Independência, no centro de Kiev. De acordo com o Ministério da Saúde, pelo menos 47 pessoas morreram só na quinta-feira, naquele que foi o dia mais mortífero.

Segundo a BBC, a demissão do general das Forças Armadas Yuri Dumansky veio dificultar ainda mais a vida ao Presidente Viktor Ianukovitch, cada vez mais isolado.

“As Forças Armadas da Ucrânia enfrentam quase uma guerra civil. Isto será a causa de um elevado número de vítimas de civis e polícias”, afirmou Yuri Dumansky.
Em novembro, os ucranianos começaram à sair à rua para protestar contra o Governo, após o Presidente ter recusado um acordo com a União Europeia, privilegiando as relações com a Rússia.

RE

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