Dívida portuguesa: juros a 3 anos em valor anterior ao pedido de resgate

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As yields das obrigações do Tesouro a 3 anos no mercado secundário desceram abaixo de 10% e estão, ao final da manhã, num valor anterior ao pedido de resgate no início de abril de 2011. Todos os juros dos títulos portugueses estão em baixa, tal como o risco de incumprimento.

As yields (juros) das obrigações do Tesouro (OT) português a médio prazo no mercado secundário continuam a descer, segundo dados da Bloomberg. Não estão a sofrer efeito de contágio da crise bancária espanhola, como acontece com Itália.

Ao final a manhã de ontem, os juros das OT no prazo a 3 anos desceram para 9,98%, abaixo do patamar dos 10%, o que não acontecia desde que o anterior governo português anunciou o pedido de resgate a Bruxelas. Este nível de juros no mercado secundário é inferior ao verificado aquando do pedido de resgate no princípio de abril de 2011.

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Também os juros das OT no prazo a 2 anos desceram, de novo, abaixo dos 10%, nível em que estavam antes da alteração a 24 de maio do benchmark usado pela Bloomberg.

Os juros das OT a 5 anos continuam acima de 12%, mas os juros no prazo a 10 anos continuam a descer no patamar dos 11%.

Também, a probabilidade de incumprimento da dívida portuguesa desceu para um nível abaixo de 60%. Está em 59,59% ao final da manhã, segundo dados da CMA DataVision. No início da semana fechou em 62,44%, verificando-se, por isso, uma tendência descendente nítida.

Em virtude do agravamento do risco para a Argentina, Portugal voltou ao 4º lugar no “clube” dos candidatos a bancarrota. O aumento das barreiras alfandegárias na Argentina à importação de bens de capital provenientes de fora do Mercosul (Mercado Comum do Sul que abrange Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) a partir de 1 de julho agravou a perceção dos investidores internacionais sobre o país, onde um controlo de capitais exercido em relação ao dólar tem provocado reações muito negativas.

Risco de Espanha agrava-se

A probabilidade de incumprimento da dívida espanhola voltou às subidas, depois do corte de notação pela Fitch que deixou a dívida espanhola apenas dois níveis acima do nível de “dívida especulativa”. O risco subiu hoje ao final da manhã para 39,41%, depois de ontem ter fechado em 38,68%, segundo dados da CMA DataVision. Está, contudo, abaixo do máximo de 40,55% de 5 de junho.

Também os juros das obrigações espanholas regressaram às subidas. Os juros no prazo a 10 anos subiram para 6,21%, ainda abaixo do pico de 30 de maio em que chegaram aos 6,656%.

O contágio da crise bancária espanhola sente-se mais intensamente em Itália, onde os juros dos títulos italianos estão em alta. Itália poderá sofrer, ainda, do desenvolvimento de uma nova crise política interna, com o aumento da contestação ao primeiro-ministro Mário Monti.

Jorge Nascimento Rodrigues (Rede Expresso)
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