Duas explosões abalaram esta manhã a zona de partidas do aeroporto de Bruxelas, que neste momento está a ser evacuado. Segundo testemunhas no local, as explosões deram-se no balcão de informações da American Airlines.
Informações por confirmar dão conta de que haverá pelo menos 13 mortos e mais de 30 feridos. Para já apenas dois mortos foram confirmados, de acordo com a agência estatal belga, que cita as autoridades do país. Uma outra fonte da polícia belga tinha avançado sob anonimato à Associated Press que “pelo menos uma pessoa morreu” e que “deverá haver muitos mais [mortos]”, uma versão corroborada por testemunhas à estação pública RTBF. Os bombeiros falam em pelo menos 20 feridos, que estão a ser retirados para os hospitais mais próximos. A televisão belga flamenga VRT avança que haverá pelo menos 13 mortos e 35 feridos graves.
No Twitter, o primeiro-ministro belga, Charles Michel, disse que a situação está a ser acompanhada minuto a minuto e que a prioridade neste momento é acudir “às vítimas e a todos os presentes” no aeroporto. Entretanto foi já confirmada uma nova explosão na estação de metro de Malbeek, mesmo ao lado das instituições europeias, suspeitando-se que haja pelo menos 10 mortos e dezenas de feridos. Os funcionários do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia estão fechados dentro dos edifícios à espera de mais desenvolvimentos, com as autoridades a pedirem que não abandonem as instalações.
As explosões desta terça-feira acontecem dias depois de Salah Abdeslam ter sido capturado no bairro de Molenbeek, nos arredores de Bruxelas, na passada sexta-feira. O militante do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh) era o último homem em fuga suspeito de envolvimento nos atentados de há quatro meses na capital francesa, que provocaram 130 mortos.
Após a detenção do suspeito terrorista, alegado cabecilha do grupo, foi avançado que este estaria a preparar um novo atentado no coração da União Europeia, havendo a possibilidade de as explosões desta terça-feira estarem relacionadas com a sua captura. Nas instituições europeias, no centro de Bruxelas, as pessoas estão “apreensivas”, avança fonte do Parlamento Europeu ao Expresso.
Na segunda-feira, o ministro belga do Interior, Jan Jambom, tinha elevado a possibilidade de novos ataques em reação à captura de Abdeslam. “Sabemos que travar uma célula pode levar outras a agir. Estamos alerta para essa possbilidade neste caso”, disse em entrevista à rádio pública belga.
François Mollins, da procuradoria-geral de França, tinha declarado no sábado que o suspeito capturado no dia anterior, com cidadania francesa mas nascido e criado em Bruxelas, admitiu aos investigadores que queria fazer-se explodir no Estádio de França na noite dos atentados na capital francesa, a 13 de novembro.
Situação no local
“Estava na loja duty free do aeroporto de Zaventem quando houve duas explosões muito, muito altas”, descreveu o jornalista Alex Rossi da cadeia “Sky News”. “Senti o edifício a mexer e vi muito fumo e pó também. As pessoas julgam que foi um ataque terrorista embora isso ainda não tenha sido confirmado por quaisquer autoridades aqui no aeroporto. Parece certamente que o aeroporto de Bruxelas foi alvo de um atentado terrorista. Está tudo muito confuso. As pessoas estão com medo que haja outros atacantes.”
Os media belgas avançam que todos os comboios que ligam o aeroporto à cidade foram suspensos e que os acessos rodoviários estão cortados. Apenas os serviços de emergência estão a ser autorizados a passar. A companhia de transportes públicos de Bruxelas já anunciou o encerramento de todas as linhas de metro dentro e nos arredores da cidade.
Imagens que estão a ser divulgadas na internet a partir do local mostram uma enorme coluna de fumo a sair de um dos terminais do aeroporto. Testemunhas dizem que as explosões não foram simultâneas, mas que aconteceram com um curto intervalo entre si, perto das 8h da manhã locais.
Em declarações à SIC, o responsável de comunicação da TAP, António Monteiro, diz que os funcionários do balcão da companhia portuguesa no aeroporto de Zaventem não foram afetados pelas explosões.
Reações
Fonte do aeroporto de Roissy, em Paris, diz citada pelo jornal belga “L’Echo” que as medidas de segurança estão a ser reforçadas na sequência das explosões em Bruxelas.
David Cameron, o primeiro-ministro do Reino Unido, já reagiu no Twitter ao provável atentado, declarando-se “chocado e preocupado com os eventos em Bruxelas” e prometendo fazer “todos os possíveis para ajudar”.
Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)
