Independentemente da nossa condição de crentes ou ateus este tempo de Natal cria-nos em todos um espírito de conciliação e de ternura. É como se fôssemos tocados por uma verdade nova ou, melhor, o ensejo de criar um Mundo Novo, que bem necessário o é.
Cristo, na sua vinda ao Mundo, é, sem controvérsias, uma verdade histórica.
Com Ele e n’Ele encontramos novos caminhos de amor, de paz e de conciliação.
Não o foi para o que, nestes dias, acontece nas martirizadas terras da Judeia, exactamente onde o Natal de Cristo aconteceu, que Ele veio até nós.
O ódio, a guerra («E na Terra Paz aos homens de boa vontade…»), as lutas deveriam ficar para sempre arquivadas como acções não válidas.
Temos exactamente o contrário com longos cortejos de mortes, de violência e de fome. O misticismo de que somos tocados por este tempo natalício leva-nos a uma inversão total de sentido e de olharmos para cada um dos que à nossa beira ou distantes de nós se encontram como verdadeiros irmãos.
«É preciso evangelizar-nos com o presépio…», escreveu D. Manuel (Bispo do Algarve) na sua «Mensagem de Natal» à Diocese. Que o seja, que assim aconteça, que a quadra seja infinitamente de paz, de amor e de concórdia. Só assim teremos o verdadeiro Natal. Só assim ele será ensejo para «Boas e Felizes Festas».