Educadores das creches INJUSTIÇADOS

Lígia Martins
Lígia Martins
Educadora de Infância e Dirigente Sindical do SPZS

Sou educadora de infância, o meu tempo de serviço não está todo contado. Não falo dos 6 anos, 6 meses e 23 dias, isso são outras contas, outras dívidas do ministério. Falo da contagem do tempo de serviço dos/as educadores/as que fazem ou fizeram serviço na valência de creche. A estes, o tempo de serviço prestado apenas lhes conta para efeitos de reforma. Ou seja, um/a educador/a que tenha realizado tempo de serviço em creche, para efeitos de concurso, simplesmente não tem tempo de serviço.
E pergunta quem me lê neste momento:
Então mas esses/as educadores/as não têm formação?
E eu respondo: sim, têm a mesma que qualquer outro/a educador/a.
Então mas não desenvolvem o mesmo tipo de trabalho?
Sim, desenvolvem o trabalho pedagógico adequado ao grupo que têm à sua frente.
Então, mas esses educadores são precisos para que uma creche possa funcionar?
Sim, são precisos. Por lei, uma creche só pode funcionar com um educador.
Então qual a diferença entre um/a educador/a que trabalhe em creche e um/a que trabalhe em pré-escolar?
Não há diferença, ou seja, a diferença é o grupo e a adequação do trabalho.
Então porque não são tratados da mesma forma?
Porque não há vontade política. As creches estão sob a alçada do Ministério do Trabalho e da segurança social. O pré-escolar está sob a alçada do Ministério da Educação. Teria que haver vontade política, que não houve, para que estes dois ministérios terminassem com esta injustiça, que já dura há demasiado tempo.
Como podem os sucessivos governos desvalorizar, há décadas, estes trabalhadores? Como é possível que não lhes permitam a valorização das suas carreiras e nem lhes contem o tempo de serviço?
Esta foi uma das reivindicações que levou, no passado dia 21 de Outubro, os docentes das IPSS e das Misericórdias à GREVE e às concentrações em Lisboa e no Porto.
Para além disso, os trabalhadores exigem o aumento dos salários, a atualização das tabelas remuneratórias e a urgente criação de uma rede pública de creches.
Para a melhoria e reforço destes serviços é indispensável uma carreira atrativa, condições de trabalho adequadas, os educadores respeitados e valorizados.
Esta e outras discriminações não podem continuar. A FENPROF e os seus sindicatos não desistem de lutar.

*Educadora de Infância

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