Em Faro, líder do BE acusa o Governo de estar a destruir o SNS “por escolha”

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Durante uma intervenção num almoço realizado no âmbito da iniciativa Fórum Climático – da Europa ao Algarve, na Universidade do Algarve, em Faro, no sábado (dia 7), a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, disse que o Governo sabe que está a destruir o Serviço Nacional de Saúde (SNS), sublinhando que não se trata de incompetência, mas sim de “uma escolha”.

“Eu quero dizê-lo hoje com todas as letras: o Governo está a destruir o SNS. Há duas razões para isso e nenhuma delas é boa: o Governo está a destruir o SNS em nome do negócio e está a destruir o SNS por uma obsessão orçamental absolutamente irresponsável”, declarou.

A líder do BE questionou-se como é que se explica a “teimosia” do Governo, que sabe estar a destruir o SNS.

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“Sabemos que ela [a teimosia] não é incompetência, ela é uma escolha. O Governo escolheu inundar o SNS com gastos extraordinários para não assumir despesa estrutural, e no caminho, o que faz, é abrir a porta ao maior lóbi, ao lóbi mais poderoso, que é o lóbi da saúde privada”.

Notando que sai mais caro contratar tarefeiros do que assegurar carreiras aos profissionais de saúde, Mariana Mortágua lamentou que esses gastos extraordinários levem a piores serviços e profissionais exaustos e sobrecarregados.

“O SNS está a ser destruído dia após dia e eu garanto-vos que não é por incompetência. Não é por incompetência do Governo. O Governo sabe o que toda a gente sabe, o Governo vê o que toda a gente vê”, reiterou a coordenadora do BE.

Segundo Mariana Mortágua, o primeiro-ministro “sabe perfeitamente para onde estão a ir direitinhos os milhões que jura que injetou no SNS. E sabe também que sai muito mais caro pagar ao privado para fazer o serviço que o público deixa de fazer”.

A líder do BE acusou ainda o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, de agir com arrogância quando “tece méritos ao SNS para atacar os seus profissionais”, dizendo que a sua arrogância “está sentada em cima de 12 milhões de horas extraordinárias”, só até agosto.

“A arrogância do ministro está sentada em cima de uma geração de médicos hospitalares que em 2022 trabalharam mais quatro meses e meio para o SNS, que aceitaram fazer trabalho ilegal, que nunca chegarão vivos ao topo da carreira, e a quem o Governo diz que podem ganhar um pouco mais em troca de ainda mais trabalho ilegal”, concluiu.

O Fórum Climático – da Europa ao Algarve decorreu na capital algarvia com o objetivo de debater a crise climática e combater o negacionismo, contou também com a participação dos eurodeputados do BE Marisa Matias e José Gusmão.

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