…Duas delas, alertadas pela APAF (Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol), que anuncia, e citamos: “mais um fim de semana manchado por novas agressões a árbitros”, a primeira ocorrida nos juniores da AFSetúbal: “o delegado do Sesimbra, Bruno Afonso, agrediu o árbitro no jogo contra o União Sport Clube” e a outra nos sub-10 da AFLisboa: “no Sacavenense-Águias Musgueira, o pai de um atleta visitante agrediu o árbitro a soco, após o jogo ter terminado”.
A terceira, com origem num jogo a contar para o Campeonato de Portugal Salgueiros-Marítimo B, na sequência de uma confusão em que o árbitro João Loureiro acabou caído no relvado e a queixar-se de agressão. Agressão, que terá sido perpetrada por Amadu Turé, de 29 anos, atleta do Salgueiros, que, ao ver o cartão vermelho direto por empurrar um adversário, encostou a cabeça no árbitro e este caíu. Depois de ter caído o árbitro levantou-se, mas, de seguida, deu o jogo por terminado.
Amadu, que havia sido oficializado na véspera, terá ficado triste e em estado de choque, reconhecendo junto dos colegas de equipa a atitude errada, mas negando a agressão. Por sua vez, o Salgueiros emitiu um comunicado nas redes sociais e também negou “qualquer agressão a algum interveniente, assistente ou agente da partida”, assim mesmo, de forma consistente.
Como resultante de mais esta triste situação o Conselho de Arbitragem da FPF, reagiu rápidamente, condenando “veementemente a agressão” e, em comunicado, lamentou “que uma vez mais um árbitro tenha sido vítima de um ato indigno e cobarde”.
Onde caberá o sentido ético…?!
Em momento em que se preparam novas e mais severas medidas no combate á violência no desporto e, a exemplo dos casos descritos, em particular no futebol, onde caberá aquela ‘coisa’…, assim a modos que um pouco esquisita e, para alguns semeadores de demagogia, não muito apropriada para os tempos que correm, que dá pelo nome de Ética?
Ética que, no seu verdadeiro sentido, corresponderá, por palavras simples e seguramente bastante compreensíveis, a: Conjunto de coisas que fazemos e atitudes que tomamos com ‘todo o mundo’ a nos observar, que seguramente incomodará quantos ditos dirigentes desportivos que toda a vida terão vivido sem valores morais. Ainda assim, do alto do seu arrogante ar professoral, capazes de com a venenosa semente da demagogia e convictos de que poderão ganhar as ‘eleições, e arrastarem consigo uma legião de basbaques que os escutam, como se lhes devessem algum cruzado de vassalagem…
…Como, de há muito tempo a esta parte nos ‘adverte’ mestre – porque sábio! – Manuel Sérgio: “No Desporto, factos e valores despontam do mesmo paradigma científico”, para mais adiante sublinhar, e em síntese: “É que o Desporto nasceu como Ética e, sem Ética, não se entende a sua prática”.
No Desporto como na Vida!
*”Embaixador para a Ética no Desporto”