Em causa a redução do preço pago por hora pelo Centro Hospitalar do Algarve. Sindicato diz que a escala de evacuações da urgência de Faro “pode acabar” se “não for reposta a legalidade”
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DOMINGOS VIEGAS
Vários enfermeiros do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) já comunicaram que não vão continuar a colaborar na escala de evacuações de doentes urgentes, devido ao facto do conselho de administração ter reduzido para metade o valor do pagamento.
A legislação que consagra o regime de prevenção, desde 1979, prevê que a instituição pague metade do valor por hora aos profissionais que estão de “chamada/a aguardar” para ocorrer a situações de transporte de doentes urgentes para outras instituições. Porém, a partir do momento em que são activados para efectuar o transporte “passam, naturalmente, a receber como trabalho extraordinário, uma vez que vai para além do seu horário normal de trabalho”, explica o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Aquele sindicato revela que o CHA, “uma vez mais e em total desrespeito pelo trabalho dos profissionais”, decidiu, sem comunicar aos enfermeiros, pagar sempre metade do valor hora, ainda que os profissionais realizem o transporte. Isto significa que “o valor da manutenção da vida de adultos ou, por vezes crianças, em estado crítico dentro de uma ambulância a caminho de Lisboa, pode valer a módica quantia de 3,5 euros/hora!”, lamenta o sindicato.
Só quando os enfermeiros questionaram a alteração do valor verificada no seu talão de vencimento é que foram convocados para uma reunião, onde lhes foi confirmada a decisão. “Com a agravante de lhes ter sido dito que ainda correm o risco de terem de devolver dinheiro de evacuações já realizadas”, lamenta o SEP, garantindo que vai apoiar os enfermeiros a requererem as horas em dívida e a reposição da legalidade.
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