Durante anos, bebés espanhóis foram dados como mortos à nascença e vendidos para adoção
O que começou com uma investigação a adoções irregulares nos anos de ditadura está a tornar-se, agora, na descoberta de uma rede de tráfico ilegal de bebés, que continuou depois do fim do franquismo.
Durante décadas, centenas de mães espanholas ouviam dizer que os seus bebés não tinham sobrevivido e nunca mais viam os filhos. Muitas mães terão andado estes anos a colocar flores em túmulos com caixões vazios.
A ANADIR, Associação Nacional dos Afetados pelas Adoções Irregulares, estima que 300 mil crianças possam ter sido separadas ilegalmente das suas famílias. Há alguns meses que a Justiça espanhola aceitou investigar o caso, dos 849 a serem analisados, 162 são já considerados casos de rapto criminal.
António Barroso, presidente da ANADIR, fundou a associação depois de descobrir que os pais o tinham comprado, por 200 mil pesetas, a uma freira em Saragoça.
“Esta associação é para todos os que foram adotados ilegalmente e para os pais a quem no dia em que tiveram filhos lhes foi dito que tinham morrido, mas suspeitam que isso não é verdade. Não fomos só roubados, fomos vendidos a quem deu mais, por isso devemos ser capazes de expressar o que sentimos e denunciar o que nos aconteceu”, lê-se no site da associação .
Até ao momento ainda não se sabe se houve envolvimento político.
(Rede Expresso)