A Espanha vai gastar pelo menos mais 500 milhões de euros do que o previsto em infraestruturas em 2011 e não vai aumentar os impostos para financiar a redução do défice, garantiu hoje a ministra das Finanças, Elena Salgado.
O investimento adicional em obras públicas não vai aumentar a despesa do Estado, uma vez que os fundos serão encontrados através de cortes noutras áreas, afirmou a responsável.
O objetivo é “facilitar a retoma económica e a criação de empregos ao mesmo tempo que se mantém o Estado Previdência”, disse Elena Salgado numa conferência de imprensa, hoje em Madrid.
“Estamos confiantes que cumpriremos as metas macroeconómicas”, salientou a ministra.
O primeiro ministro, Jose Luis Zapatero, já tinha admitido na semana passada a hipótese de o Governo ter margem para anular alguns dos 6 mil milhões de euros de cortes planeados para o setor das obras públicas, dada a diminuição das taxas de juro pagas pelos empréstimos internacionais, que desceram quase um terço face aos máximos de junho.
Para diminuir as taxas de juro exigidas pelos investidores internacionais, a Espanha colocou em marcha o plano de austeridade mais ambicioso das últimas três décadas, aplicando medidas como a redução dos salários dos funcionários públicos e os cortes nas grandes obras públicas.
O défice das contas públicas foi, em 2009, o terceiro mais alto da zona euro, chegando aos 11,2 por cento do PIB, mas o Executivo planeia reduzir este valor para seis por cento no próximo ano, abaixo das previsões da Comissão Europeia, que aponta para um défice das contas públicas de 8,8 por cento.