Estado tem que arranjar 72,5 mil milhões nos próximos dois anos

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As contas do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgadas hoje apontam para necessidades de financiamento do Estado de 72,5 mil milhões de euros, em 2014 e 2015.

De acordo com o relatório Fiscal Monitor, que o Fundo publica duas vezes por ano para analisar a situação orçamental dos países, Portugal tem que se financiar em 22,1% do PIB no próximo ano e em 20,5% do PIB em 2015 para amortizar a dívida que vence nestes dois anos e pagar os défices orçamentais.

Entre as economias avançadas analisadas pelo FMI apenas quatro países – Japão, Itália, EUA e Grécia – tem maiores necessidades de financiamento nos próximos dois anos (em percentagem do PIB). Neste momento, de acordo com os últimos dados da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), já está totalmente assegurado o financiamento de 2013 e começou a ser pré-financiado 2014, faltando apenas 8,2 mil milhões de euros que terão que vir de emissões de Obrigações do Tesouro.

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Estas contas do IGCP são feitas no pressuposto que os Bilhetes do Tesouro (BT) são refinanciados por novos instrumentos semelhantes, enquanto o FMI inclui estes instrumentos de dívida de curto prazo nas suas necessidades de financiamento estimadas. Assim, enquanto o IGCP estima necessidades totais de 39,5 mil milhões nos próximos dois anos, o FMI aponta para quase o dobro e o grosso da diferença está precisamente nos BT cujo volume ronda atualmente 20,7 mil milhões.

O Fiscal Monitor coloca Portugal como um dos países avançados mais vulneráveis em termos orçamentais. Apenas quatro outras economias (Bélgica, Grécia, Japão e EUA) estiveram sempre no ‘vermelho’ em termos de indicadores de vulnerabilidade desde 2009.

No caso português, os dois fatores mais preocupantes são precisamente as necessidades de financiamento anuais e o volume de dívida bruta. Como potenciais riscos, os técnicos do Fundo destacam a possibilidade de o crescimento económico ser inferior ao esperado e as taxas de juro evoluírem de forma desfavorável.

João Silvestre (Rede Expresso)

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