EUA ‘vingam-se’ do Equador

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O jornalista Emilio Palacio e a sua família podem agora residir e trabalhar legalmente nos EUA

Governo dos EUA concedeu asilo político ao ex-editor do jornal equatoriano “El Universo”, Emilio Palacio, refugiado em Miami desde a sua condenação a três anos de prisão por caluniar o Presidente do Equador

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‘A vingança serve-se fria’. A ‘resposta’ dos EUA ao Equador na sequência do impasse por causa do fundador do WikiLeaks, Julian Assange – refugiado há mais de dois meses na embaixada equatoriana em Londres – veio ontem, com o Governo norte-americano a anunciar que concedeu asilo político ao jornalista equatoriano Emilio Palacio, refugiado em Miami.

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Nada mais nada menos que o ex-editor de Opinião do jornal “El Universo” que foi condenado a três anos de prisão e ao pagamento de 40 milhões de dólares por… ter caluniado o Presidente do seu país, Rafael Correa.

Curiosamente, o Presidente equatoriano acabou por perdoar Emilio Palacio e pedir a anulação da condenação do jornalista equatoriano.

Decisão dos EUA um dia depois do Equador dar asilo a Assange

Emilio Palacio – que junto com a sua família se havia exilado em Miami em agosto de 2011 depois de ter sido condenado pela justiça equatoriana – pediu formalmente asilo político aos EUA no passado dia 8 de agosto.

Numa conferência de imprensa em Miami, Emilio Palacio afirmou que a concessão de asilo por parte dos EUA tem a data de 17 de agosto, ou seja, um dia depois de o Governo do seu país ter dado asilo ao fundador do WikiLeaks.

A condição de asilado político vai permitir a Emilio Palacio e família residir e trabalhar legalmente nos EUA.

A ação judicial do Presidente do Equador contra Palacio e os diretores do “El Universo” teve origem num artigo de opinião do jornalista, a propósito da revolta policial de 30 de setembro de 2010, no Equador. “O ditador (referindo-se a Rafael Correa) deveria recordar, por último, e isto é muito importante, que, com o indulto, no futuro, um novo Presidente, quiçá inimigo seu, poderia levá-lo a um tribunal penal por ter dado ordens de abrir fogo à discrição e sem aviso prévio contra um hospital cheio de civis e gente inocente”.

Rafael Correa sentiu-se muito ofendido, considerou injuriosas as expressões utilizadas por Palacio e avançou com o processo em tribunal, pedindo inicialmente uma indemnização de 80 milhões de dólares, além de uma pena de três anos de prisão para o jornalista.

Na quinta-feira, a advogada de Palacio, Sandra Grossman, afirmou que “o Equador é um dos poucos países no hemisfério ocidental que ainda penaliza expressões ofensivas para os funcionários públicos”, consideradas “crime de desacato” no Código Penal equatoriano.

Assange continua na embaixada e arrisca-se a prisão perpétua

Entretanto, numa entrevista a partir da embaixada do Equador e divulgada pela televisão equatoriana Gama e pela cadeia venezuelana Telesur, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmou que prevê abandonar aquelas instalações diplomáticas dentro de um ano, se a Suécia desistir do processo contra ele por alegados delitos sexuais.

Maria Luiza Rolim (Rede Expresso)

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